quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

É Carnaval

Carnaval é festa como conferimos na mídia. Assim como
Carnaval é fofoca como assistimos nos diários de notícias.
Carnaval é a oportunidade dum artista voltar as telinhas.

É Carnaval!

Carnaval é o momento de abusar de fantasias que contagia
Gringos, europeus, asiáticos, todo mundo na folia.
Carnaval é blocos nas capitais do Brasil fazendo a alegria.


É Carnaval!

Carnaval é a fila no pronto socorro.
Carnaval é baile para os pomposos e moradores de morro.
Carnaval, meu amor, é corrida de um tolo com outro,
Disputando a mina que ri drogada, admirando os loucos
Correndo para conquistar o sexo resultado do jogo.

É carnaval!

Carnaval é o ano inteiro neste país.
Carnaval é o alimento que alimenta um bando de loucos
dessa pátria minha, com sal e muita fantasia.

É Carnaval!

Carnaval não atende à socorros.
Carnaval é cristais nos olhos.
Carnaval é a população festejando cegueiramente
o desespero nas mãos.

É Carnaval!

Carnaval não priva em mim.
No fim... Todo mundo não ri de mim.

É Carnaval!


Marcos Ster

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Viu??


(Depois de estudarem um desses livros, escutem Cazuza, com a canção Ideologia, ok?)


Meus olhos ardem. Meu coração dispara. A indignação me consome. A crítica surge.

Hás semanas estou para postar indicações de livros para vocês.
Fiquei adiando isso já há quase três semanas atrás, enfim, resolvi indicá-los hoje.
Desde Agosto de 2007 não faço nenhuma indicação literária para meus amigos. Ando desde do mesmo, mergulhado em conhecimento e escrevendo coisas próprias que impressionam a mim mesmo.
Surgindo sempre aquela perguntinha para quem escreve as coisas que vêm do coração: "Fui eu que escrevi?".


Pois bem, vamos em frente: Desde Agosto passado, li cinco livros, começando pela demasia de "Pornopolítica", do Arnaldo Jabor, sempre irônico e detonador de todas as espécies brasileiras e estrangeiras que se destacam com uma gafe, ou um ataque terrorista(corrupção, Osama)e por aí vai. Adorei ler este encanto de crônicas. Todas são fantásticas, só que a última crônica(Não vou dizer qual é, se não vai perder a graça!) é pra fechar este trabalho com chave de ouro. (Leiam!!!!!)
O segundo livro que indico nesta sequência que aprendi, é O mundo de Sofia, do mesmo autor de "O dia do coringa(este último não li! Ainda vou ler!). Tive uma noção do que cada filósofo pensava. Em breve estudarei cada um para saber mais e assim saber em qual filosofia eu me encaixo melhor.
O terceiro segue com o trabalho de André Batista, Luiz Eduardo Soares(Sociólogo) e Rodrigo Pimentel, Elite da Tropa. Excelente livro que te passa a real dum soldado Bopeano nas favelas cariocas, fazendo cumprir a lei que não estão nas suas aulas teóricas dadas pelos mesmos. Para eles guerra é guerra, e não tem papo, só balas. Para você que quer entender melhor sobre este assunto de extrema importância, sério, que pessoas humildes sofrem no dia dia carioca, é só ler para saber, e daí sim ter o conhecimento para contribuir com sua opinião a respeito deste assunto que foi levado e continua sendo brincadeira para todas pessoas(crianças adultas)que remedem os dizeres do Nascimento "Pede pra sair! Pede pra sair!". Se tu vivesse o que um ser humano, um trabalhador de bem, vive, nas favelas do Rio, com certeza não imitaria o capitão!
É patético ouvir o que ouvi quando falei a respeito do filme e do livro para uma colega minha de serviço. Disse detalhe por detalhe a respeito do que EU achei do filme, e que iria ler o livro, para assim entender mais, e sabe o que ela me disse: "Eu não vou ler, pois eu não vivo isso!", BAH, tive que ser um pouco ignorante com ela dizendo-a que ficasse quieta e que procurasse ler, pois saberá com o conhecimento, que ganhará ao ler, opinar sobre este fato social, e mais, quando em tua porta bater, tu lembrarás do que te disse. Ela ficou vermelha e pensei que ela iria bater as botas. Felizmente nada aconteceu! Foi só um choque para se ligar no que estava falando!
Quarta indicação literária é o livro "Bom dia angústia", do filósofo francês, André Comte-Sponville. Uma maravilhosa leitura sobre a morte, vida, escrita, sobre o que é angústia na nossa vida. (Leiam!!!).
Quinto livro de hoje é o "Diário de Che na Bolívia", uma narração dos fatos clara e simples. Vivi dia dia sua trilha, dificuldades, batalhas, a dificuldade em respirar por causa da sua asma. Procurei( como sempre faço!) sentir, viver, Ter as sensações do que leio e assim pensar o por que e o por que daquilo. Acompanhei-o até a sua morte. Sendo assassinado com todo respeito por sua coragem e bravura. Sua mensagem:

"Nasci na Argentina; não é segredo para ninguém. Sou cubano e também sou argentino e, se não ofenderem os ilustríssimos senhores latino-americanos, me sinto tão patriota da América Latina, de qualquer país da América Latina, como qualquer outro e, no momento em que fosse necessário, estaria disposto a entregar minha vida pela libertação de qualquer um dos países latino-americanos, sem pedir nada a ninguém, sem exigir nada, sem explorar ninguém..."

Ernesto Che Guevara
11.12.1964

Como queria Ter a coragem dele e entregar minha vida para as causas justas, pela libertação dum povo que sofre, fazer cumprir as leis no meio dos colarinhos, e se não fossem cumpridas, o fuzilamento seria a cura para a desonestidade cometida.
Seguirei fazendo a minha parte bem feita, com respeito, inteligência, sensiblidade, humanismo, e o principal, tudo feito com amor.


E no momento estou lendo a "Biografia de Che", de Jon Lee Anderson. São 900 páginas, com fotos e tudo mais. Ele era taurino, teimoso e decidido. Eu sou taurino, teimoso e decidido. Algo parecidotem temos. Minha avó era argentina. Então no meu sangue corre a alma castelhana, a revolta, A INQUIETAÇÃO, a indignação e a crítica minha por ser tão forte contra a situação política e social que está presente no nosso Brasil, não é por acaso.

Tenho apenas 22 anos!!!!!!!!!

Estudem!!!!!!!!!


Marcos Ster

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Canindé

Vossa excelência:
Permita-me ir em sua
Sua companhia
Até o meu viver?

Para poder usufruir dum bem querer!

Oh, confesso que queria
Ser o vento
que passa nos meus ouvidos
Assobiando!

Ser ele para
Poder chegar bem
Perto de seu semblante.

E com isso beijá-la
Suavemente como
Se eu estivesse
Presente.

Meu pedido é uma Loucura, eu sei.
Mas o que posso
Fazer se por este
Caminho tu a encontrarás?

Na solidão de minha presença!


Pobre humano sou eu!
Querendo por querer
Poder ir até você
De uma forma nada condicente.


Pedindo carona a uma arara...Azul.


Única coisa que
Me resta por
Enquanto, é sonhar.


Sonhar como criança,
Que quer um brinquedo
Para brincar.

Mas eu não quero brincar.
Quero poder sonhar em amar
Minha amada desamada.





Marcos Ster

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Eu sou ou Canindé

Uma arara azul.
Predominante no nordeste brasileiro.
Por acaso vim parar aqui no sul e tu continuou aí.
Nunca nos separamos,
apenas deixamos de nos falar,
mas agora voltamos a nos falar,
e eu estou aqui pra te desejar bons sonhos.


Marcos Ster

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Fotos Verdes

Esse gaúcho não se acha nada "boa pinta".
Apenas têm uns olhos verdes
que apresenta sua imagem jovem.
Mas que um dia será a própria de
um velho.
Que terá no fundo de seu olhar
as fotografias do que se passou.


Marcos Ster

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Estante Vazia

Sinto um vazio ao ver a estante vazia.
Foi o ladrão que acabou de deixá-la sozinha.
Abusou das ausências conhecidas
para colocar em prática o que tanto queria.

Aprontou em silêncio sua má atitude.
Para que ninguém duvidasse da sua amplitude
de querer roubar o bem de alguém.

E agora com ódio estou que chego até duvidar do amor.
A tristeza invadiu meu coração
deixando a esperança que tinha diante do horror,
do que é viver numa ilusão.

A vida com desamor torna-se chata sem cor.
Agora para amenizar esta dor, fico acreditando
que tudo tem um valor.



Marcos Ster

Ps:Entendam minha ausência lendo a poesia abaixo " AUSÊNCIA".
aBS!"

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

5.0 LIGAÇÃO

......... Poesia feita com toda indignação do mundo. Espero que tenhas gostado. Só uma coisa meu bem, pensava eu que iria começar na Segunda este programa, só que vai começar na Terça, na globo e etcc. Realmente ando desconectado deste mundo. Não aguento mais como já falei anteriormente pra ti a respeito das coisas que ouço, vejo e que convivo .

Vou te explicar a poesia, tá?
Vou seguir a coordenada, pois tu nunca me responde. A poesia foi idealizada em cima do carnaval e BBB. Criticando o valor que o povo dá para esses eventos sem valor. Para mim são coisas totalmente inúteis. Pois não vai surgir nenhum um “quê” nenhum “por quê” na minha mente que seja de enriquecimento para a minha pessoa, perante este mundo que se torna, a cada momento, mais competitivo. Tentei ser o mais real possível ao escrever ela. Pensei versos em cima dos créditos postos pela maioria do povo brasileiro no BBB e Carnaval. Escrevi os versos e reli várias vezes antes de te mandar. Eu gostei. Espero que tu tenhas gostado.

Boa noite pra ti meu bem! Paulão.

Estou surpreso com as idéias; melhor dizendo, já andava boqui-aberto com as idéias dele. Estou muito surpreso! O conhecimento que ele tem da atualidade. Do que anda rolando por aí. Ele é um bom observador. Ele é detalhista. Ele vive a vida. Ele sabe da melhor forma possível escrever o que sente. Realmente é algo inexplicável. Pois todos nós andamos descontentes com o que ouvimos e com o que somos testemunhas todo dia, como violência, desrespeito, arrogância, egoísmo, ódio, guerra, paz falsa..
Esse submundo que encontramos, que estamos aprisionados, nos dá desgostos, que até acaba, e vira, medo. Mas pelo visto conheci, ou melhor, me conheceu, um ser que dá valor à vida e que procura da melhor forma, que é ler, observar e argumentar os acontecimentos da vida. Ótima escolha que ele fizeste, ler. Ótimos assuntos que ele gosta de conversar, entender. Ótimo! Mas eu, Claudio, não gosto de homem. E isso o que anda acontecendo já é caso de polícia, pois está violando minha privacidade, minha vida, minha rotina, meu psicológico, enfim, estou sobre uma liberdade inexistente, onde está criatura tem todo domínio sobre mim. Ele sabe muita coisa de mim, que acreditem, que nunca contei pra ninguém. Não gosto de saber da vida dos outros e não gosto de falar da minha vida pra ninguém. O povo gosta duma fofoca. Eu não gosto. O que faço agora? Será que tomo uma atitude e falo com este sujeito? Devo chamá-lo para conversar, para dizer que gostaria de sua amizade? Dizer-lhe que gosto de mulher? Dizer-lhe que adorei os assuntos que ele gosta de conversar? Dizer-lhe que ele vê o mundo como poucos? Dizer-lhe que ele usa o cérebro? Ainda mais que gostas de ler como eu? Devo dizer-lhe que ele tem um bom papo?
Não sei o que faço!

Resolvo então, responder a primeira pergunta que fiz-me, e assim em diante: “Será que tomo uma atitude e falo com este sujeito?”, pois então fiz. Na noite de Sexta, lá pelas 20:15hs, ligo para ele. Quem me atende é um homem de voz rouca: “Alô!”, eu pergunto: “Quem está falando?”- ele responde: “É o Paulão!”, e eu pra ele: “Tudo bem?”, ele responde: “Tudo bem!”



Sigo em frente com a conversa e digo à ele que durante todo este tempo recebi suas mensagens e ligações. E que gostei muito de saber que ele é um ser que usa o cérebro, que parece ser um ser humano verdadeiro, com sentimentos, e que gostas de ler verdadeiramente, sem olhar somente as palavras, mas sim vivê-las, como se estivesse na estória. Eu, Claudio, falei pra ele que gostava de escrever e de ler. E que essas duas ocupações era o meu passa-tempo, que são as coisas mais prazerosas que gosto de fazer. Escrevo a minha vida através das angústias que tenho. Disse-lhe que ele escreve muito bem, expondo de forma clara o que pensa. E sendo muito irônico como todo bom escritor. Revelei para ele, que ele é um excelente escritor. Numa certa vez, Paulão, tu deixaste uma mensagem que dizia que gostava de “ler”, e que um dia talvez descobrisse que escrever é um “tesão”. E tu é escritor meu amigo!

Só não disse isso pra ele, que gostei muito dele e que ele é um ser iluminado. Que até é poeta.
Ficamos quase uma hora no telefone nos falando. Agi com toda educação. Respeitando sua escolha sexual, e seu jeito demasiado de falar efeminado. Bah, a voz dele não dava pra aguentar: “Amor, que maravilha receber tua ligação!”, bah, durante a conversação no fone com ele, falava-me isso. Fiquei com nojo disso. Mas aguentei até o fim, quando declarei para o mesmo, que gostava de mulher. Que se fosse do sexo feminino seria demais namorar, transar, ir ao cinema, e realizar todas as fantasias junto a ela. Mas como tu não és girl, não te darei nenhuma chance para viver isso comigo. Valeu pelas idéias, pelos assuntos, gostei muito, espero que tu encontre tua cara-metade. Sorte pra ti e muita luz! Claudio.
Tututtutututututututuututuututututuutututuutututututuututut!!!!!!!!!!!

Fim da ligação realizada por mim.

Passou-se o fim de semana, nenhuma ligação e nada. Fiquei feliz com isso. Durante a semana nenhuma ligação nenhuma mensagem. Sorria de alegria. Nem me preocupava com nada. Vida normal. Na aula eu já me sentia bem melhor, sem as perturbações que eram as ligações e as mensagens. Bah, começava aí um outro rumo da estória. Que foi a declaração do amigo meu, Edmilson. Ele disse que era ele que me ligava e mandava as mensagens de amor pra mim. Ele que planejou tudo direitinho, com a ajuda de meus colegas de aula. Todos sabiam, menos eu e alguns colegas de aula, que era ele que ligava e me ameaçava com suas declarações de amor. “Claudio, eu imaginava que tu fosse inteligente, mas tu é tongo. HHHAHAHAHAHAH”. Eu com respeito disse-lhe que não suspeitei de nada e que situações como essa podem acontecer na vida de qualquer um. Esse mundo obscuro, mentiroso, verdadeiro, surpreso, suspeito, desumano é uma passagem do bem e do mal.

Ps:Não deixem de ler a poesia abaixo, explicando minha ausência dos seus espaços.
Ps:Abs!

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Ausência

Ausência é a presença do nada.
Ausência é o vento frio da lembrança de tudo.
Ausência é ter os olhos molhados de saudade.
Ausência é como o inverno frio e sem sol.
Ausência é como uma rosa vermelha que não exala mais o seu aroma.
Ausência é não sentir o abraço de dois braços.
Ausência é a falta de inspiração para um poema.
Ausência é esquecer a alegria de sorrir.
Ausência é ter a sensação de que tudo existe só em sonho.
Ausência é sentir silenciar toda a terra.
Ausência é a lembrança do hoje, do ontem e do amanhã.
Ausência é vê-la na nuvem que passa, no pássaro que canta e no perfume que ficou.
Ausência é não se ouvir a palavra carinhosa e amiga, que acalenta.
Ausência é isso que eu sinto e que você também talvez o sinta.
Ausência...
AUSÊNCIA É O SONHAR COM SUA PRESENÇA!


Ps: Amigos, pensei em deixar um texto, como faço, para explicar minha ausência de seus espaços, planetas, via –láctea, enfim, seus mundos. Mas pensei bem e resolvi dividir este encanto de poesia com vocês.
Ps2:A poesia é do livro de Antologia Poética, versos de ontem e de hoje, de Arlette Sacramento, com o título de capa “Caminhos”. Então neste livro vários poetas participaram e contribuíram com suas obras do amor: POESIAS E TROVAS.
Ps2:Estarei ausente, por enquanto, dos SEUS MUNDOS pois estou sem PC em casa. Vou Ter que comprar um para mim. Por enquanto faço o seguinte para publicar: Dirijo-me até um PC daqui do meu serviço(Não contem pra ninguém! ehehhehehehe), às escondidas, e publico minhas escritas.
Ps3: Muito obrigado pelos comentários! Em breve estarei de volta e encherei o saco de vocês com meus comentários. **risos**
Ps4:A estória para quem anda acompnhando vai continuar. Nem eu sei como é o final.

Ps4: Bjos e abraços!


Com carinho!


Marcos Ster

sábado, 5 de janeiro de 2008

4.9 Ligação

Mas é que é muito engraçado que a fama, a grana, faz uma lavagem na mente dessas pessoas que vivem neste meio. E agora estamos em véspera de carnaval e muitas coisas vão acontecer.


E segunda começara o programinha “Big Brother Brasil”. Reunindo no mesmo várias(os) modelos, estudantes, graduados, estagiários, um clube de pessoas a procura pela fama. Afinal, “fama” dá grana, e que através dela tu irá ganhar muitos fãs pelo Brasil afora. Um ótimo programa cultural. Novas bundas, festas, shows de bandas nacionais e internacionais. As bandas internacionais vão adorar tocar no BBB, pois lá vai ter uma “índia” para eles desfrutarem. Bah, um ótimo programa que enriquecerá o cérebro de todos que vivem com os olhos, ouvidos atentos à ele. Bah, este tipo de programinha que arrecada mais grana que um “criança esperança”, “Teleton”. Ligações que chegam a congestionar as linhas. Vale prêmios para todo mundo. Este programa da audiência. Serão quase quatro meses de discussões importantes. Este programa vai fazer com que tu fiques vidrado procurando o melhor ângulo daquela piscina, banheiro, para conferir o bumbum dela ou dele. Canais pagos vão faturar um milhão. Enfim, novas celebridades surgirão. E o povo brasileiro o que vai ser por estar alimentado este programa magnífico, Amor? Sei que tu não vai responder, então respondo por ti: será um bando de palhaços etcc. Vou parar por aqui, Amor, a respeito deste oitavo “programinha” que vai entrar no ar.
Ai, ando com nojo de tudo isso meu Amor que dá vontade de desaparecer, entrar numa estória onde eu seja a própria estória, como num romance de ficção, sabe? Penso nisso! Inclusive não tenho nenhum rancor em falar sobre estas duas coisas. Então começará este programinha fabuloso, e depois vem o carnaval. Verão aí. Festa no Brasil aiiiii aiiiiiii. Festa! Festa entre pobres e ricos, quase todos unidos, menos o que odeiam carnaval, como eu. Amor, estou com sono e cansado. Hoje o trabalho foi puxado. Vou dormir. Mas antes, gostaria que tu lesse está poesia que descreve meu desamor. Espere que goste! Volto Segunda! Bjos!:


Festa a fantasia


Centenas e sem-telhas irão assistir a mais nova forma de lançar artistas.
Para serem famosos e saírem em capas de revistas.

Chorarão pela eliminação da nova celebridade já escolhida
ou pela escola preferida perdendo para suas inimigas.

Tudo o que acontece é motivo de tristeza ou alegria,
Mas como tudo acontece a quinhentos e oito anos
Acontecerá melhores efeitos para atraírem mais artistas.

Sendo que os que vivem alimentando isso tudo
Seguirão na estrada do absurdo.

Torçam para não estarem alimentando sem saber!

Cantando bem alto para o surdo ouvir
E o mudo cantar.
Mostrando o interessante inescrupuloso
Para o telespectador não tirar o olhar.

Afinal, o que vale é festa!
Então não se mete se não vai levar canivete.

Não esqueço que este tipo de comemoração
Se comemora com emoção.
Mesmo estando em outra dimensão.
Vou seguir minha peregrinação.

Não sou profeta nem papa,
Sou um ser no meio do nada.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

4.7 Ligação

Desde o primeiro banco de passageiros, dos 46 existentes, percorri meus olhos para ver se esse tal Paulão estava dentro dele. Por alegria minha, não tinha ninguém suspeito.


Mas mesmo assim pela segurança, ficava atento a cada novo passageiro que entrava dentro do ônibus. Discretamente fiz isso, sem medo. Felizmente nada aconteceu e segui minha viagem. Cheguei em casa 23:30hs. Neste momento já estava mais calmo, mas preparado para amanhã. Fui jantar e acabei dormindo 01:10hs da manhã, sendo que acordo 06:15hs. Pegando no serviço às 07:30hs. Meu dia de trabalho percorreu normalmente. Por coincidência quando fiquei pensando em tudo isso que estava acontecendo, pensei e pensei certo, que as ligações e as mensagens que eu recebia à noite, no horário de aula, não as recebia durante o dia. À noite de quinta não foi diferente das outras que já passaram. Fui para aula. Deixei meu celular desligado. Liguei ele somente na hora do intervalo. Mesmo deixando ele desligado, meu nervosismo não se desligou. Não tinha e não tem nenhum botão desenhado com um telefone na frente vermelho para que aperte e desligue. Estive nervoso todo tempo. Liguei o celular. Foi estranho ligar o mesmo e ver que não tinha nenhuma mensagem do Paulão. A primeira vez que aconteceu isso. Realmente as caixas de chamadas e mensagens, estavam vazias. Achei muito estranho que resolvi manter ele ligado o resto da aula. Será que acabou seus créditos? Pois “ele” ou “ela” está usando absurdamente sem controle, com mensagens e ligações a todo momento.
Lá pelas 21:47hs recebo uma mensagem. Fico curioso para saber de quem é. Será que “ele” ou “ela”(Nem sei mais se é homem, bicha ou mulher que está fazendo isso comigo. Ando confuso!) vai falar sobre o que mais pensa, além de política, livros? O que será que vem por aí? Bah, fiquei nessa dúvida até que resolvi ler. “Oi, Amor. Tudo bem? Não sei se tu viu, mas observaste que sempre pergunto se tu está bem? Bah, espero que tu tenha reparado nisso. Preocupo-me muito contigo. A gente, Amor, convivemos com uma violência horrível. Pagamos nossos impostos até quando respiramos e o que ganhamos em troca: insegurança, lotação no SUS, um salário medíocre, desrespeito etc... Bah, não aguento mais! Mas veja uma coisa, Amor: Aqui em Porto Alegre e em quase todo o Rio Grande do Sul, a passagem de ônibus está sendo via cartão. É como se fosse um cartão telefônico, contendo 50 unidades, no caso 50 passagens para serem utilizadas. Mas eu ando observando que todo passageiro que utiliza este tipo de “passagem” , passa por alguns transtornos. Primeiro, a demora é imensa na hora do embarque. A roleta já vem com um aparelho no qual tu é auxiliado pelo cobrador a passar na frente do aparelho seu cartãozinho, para que possa passar pela roleta. Segundo, isso está fazendo com que todos os usuários deste transporte se prejudiquem, pois, todos devem passar pela mesma. Idosos, gestantes, crianças, todos passam. E quando há lotação nos ônibus, os responsáveis pelo transporte naquele veículo não tão nem aí. Eles socam mais e mais passageiros, até que fiquem nas portas da frente e de trás pendurados, sem ter como se mexerem. Amor, acho isso horrível e uma falta de respeito. Como odeio desrespeito, quero te pedir desculpas por todas aquelas mensagens que te mandei ontem, e por essas de hoje. Mas é que como já te disse irada na outra mensagem, que estava muito “brava” e “carente”. Mas seguindo com essa notícia a respeito do que anda acontecendo com a implementação da passagem via cartão, isso está criando o maior transtorno. Antes tinha um canto para os idosos dentro do ônibus. Logo na entrada. Oito lugares para os mesmos. Quatro do lado direito e quatro do lado esquerdo. Realmente era mais organizado e agora tem que passar todo mundo pela roleta. Por um lado é bom este novo meio de utilização, para que ninguém abuse com carona. E saiba mais, meu bem: os idosos que passam não recebem o lugar daquela pessoa que também pagou sua passagem, sendo que antes os mesmos, tinham uma facilidade em Ter seus respectivos lugares, quando era logo na entrada. Ele chegaram a deixar três lugares na frente. Mas estes lugares ficou parecendo canto de porco, um chiqueiro. É horrível ver estes cantos reservados por humildade. Ah! Mas tu estás ligado no que estou te falando? É o negócio da passagem “Tri ”. Nas propagandas de rádios e TVS aparecem dizeres dizendo que este “Tri” é “Tri fácil”, “Tri bom”, “Tri prático”, e ouvi dizer que até Fevereiro todas as linhas serão obrigadas a estarem padronizadas com essa nova forma de embarque nos ônibus. Isso promete muita complicação. Já ouvi comentários de passageiros que disseram que vão trazer “martelos”, o que for para arrancar aquele aparelho que autoriza as suas passagens pela roleta.
Um minuto de Stop: Amor, sei que abusei mais uma vez. Mas é que ando tão só, sem ninguém. Não aguento mais! Então resolvi, mesmo não sabendo do que tu gostas de conversar, mandar várias mensagens sobre o que anda acontecendo no momento atual do país, do mundo, leituras; assuntos de extrema importância para nós que vivemos isso dia a dia, sem piedade do capitalismo que nos consome, consumimos e alimentamos. Mesmo tu não respondendo sobre o que tu gostas de conversar, seguirei te mandando estas mensagens, tá? Ah! Pensei agir assim, que talvez seja uma forma de me aproximar de ti. Aos poucos(creio eu) te conquistarei com minhas idéias. Continuarei mandando assuntos a fim de que tu se mexa e venha falar comigo. Estou muito curioso para saber sobre o que tu pensa sobre política, vida, religião, sexo, sobre coisas que tenham valores para os seres humanos. Tu viu que dou muito valor para isso, e é de fato, porque tudo agora no mundo em que vivemos é só festa, bebida, putaria, futebol e funk, ou foda para os íntimos. O mundo brasileiro encaixa-se neste perfil. Mas é que a verdade é essa. Percorro cantos, lugares, e os assuntos prediletos que encontro são os mais medíocres e sem uma razão, uma natureza real do que é debatido. Eu, sinto-me muitas vezes sozinho neste mundo de mentes falidas. Ando mergulhado em livros, desde quando vi, gostei, aprendi que ele seria meu refúgio para qualquer anormalidade que batesse sobre mim, uma chance de poder navegar, ir ao espaço sem a utilização duma droga qualquer. Lendo livros, sinto-me feliz, em outro mundo. Quando voltei a ler, Amor, melhorei em muita coisa, como o meu modo de falar, que antes era um desastre. De vez em quando eu fico pensando em mim e nas coisas que fazia e falava. Bah, era um idiota! Somente pensava em novelas e sexo, pois tinha uma mente burra, uma rotina comum, nada diferente. Era do serviço para casa direto para TV. Ia direto acompanhar a novela do Tião. Um pescador que era protegido pela protetora de nossas águas, Iemanjá. Ele era muito corajoso. Amor, sabia dessa parte e de toda a estória desse personagem. No fim de semana era pior. Acompanhava direto o programa que ainda rola do Márcio Garcia. Não lembro o nome do programa que ele apresenta, pois isso já é passado para mim. Mas o que me dói muito, é que perdi muito tempo com essas besteiras. E será que realmente perdi tempo neste tempo que deixou-me muitos aprendizados? Às vezes penso que sim, outras penso que não. Penso que não quando vejo que as coisas da vida, não tem data, hora para acontecer. Que viver é errar e acertar. É encarar as coisas ruins como um desafio para ti como ser humano. Descobrir seus limites num certo limite. Vejo que não teve nenhuma perda de tempo. Se tivesse sido uma “perda de tempo”, eu não teria essa visão que eu tenho no momento atual da minha vida, da sociedade, do que acontece no mundo. Não saberia do que é realmente interessante saber para ter assuntos importantes para conversar, e fazer com que os outros debatam contigo. Fazer de uma forma natural que esses “outros” dêem sua opinião, seu ponto de vista sobre tal assunto, acontecimento. Tudo isso traduzido em uma invocação para uma discussão sobre tal tema. Eu gosto de conversar, de saber, de conhecer muita coisa. Aprendi com erros que a vida que vivo, pela movimentação rápida que ocorre no globo, deve ser assim, exercendo a procura pelo conhecimento, pelo saber. Por isso que adoro ler. Quem sabe eu ainda descubra que escrever é um tesão. Bah, vi que passei dos limites mais uma vez. Mas continuarei tendo essas atitudes até quando tu não se pronunciar a respeito do que sinto por ti. Ti amo! Ti amo! Tu é minha cara-metade! Tu não acredita nisso? Se tu não acredita, tende acreditar porque isso é a real. Não vê os artistas que dizem direto isso, e que depois aparecem com um(a) outr(o)a cara-metade na TV, ou falando na rádio? Acho que tu deve acreditar. O que eles disserem é a realidade. Ahahahhahahahhahah!!!! Bah, tentei buscar uma ironia nisso que acabei de te falar. Vendo que ironia surge dum acontecimento atual, que pela cultura da pessoa que irá ironizar, se transformará em uma obra sarcástica. E essa ironia aos ouvidos de outros seres serão como um despertador para realmente verem o mundo a sua volta, ou pode ser vinda como um saco de gargalhadas da infelicidade ou felicidade de uma certa ocasião, situação, o próprio acontecimento. Mas é que é muito engraçado que a fama, a grana, faz uma lavagem na mente dessas pessoas que vivem neste meio. E agora estamos em véspera de carnaval e muitas coisas vão acontecer.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

3.6 Ligação

(Olá amigos! Seguimos em frente! Resolvi pôr o título da estória em vez de "segue" ou "continua a estória. Para quem quiser acompanhar está convidado(a). Postei o primeiro capítulo dia 23 de novembro. Abraços e até logo!)



Amor, espera uns minutos que já t mando mais mensagem, pois acho que tu não leu nenhuma ainda por estar em aula.




Chegou o meu intervalo de aula e fui ver que horas era no meu celular. Também verificar se estava certo com o horário da escola. Lá na escola o intervalo era sempre das 20:45hs às 21:00hs. Quinze minutos para descansarmos a mente, nos distrairmos. Então fui ver que horas era, ao conferir a hora, me deparei com uma carta no canto esquerdo do meu celular. Sempre quando tem alguma mensagem, a cartinha aparece. Fiquei ansioso para saber de quem era, e o que estava escrito nela. Pensei também: tomara que não seja do Paulão, pois ele está se tornando uma assombração na minha vida, um desespero, uma perturbação. Fui ver de quem era a mensagem, e era do Paulão. Mensagens, claramente dele, pois cheias de carinhos e amor. Não tive nenhuma dúvida de quem foi ele que mandou. Mas agora as mensagens(mandou-me uma atrás da outra) eram diferentes. Tinha, vamos dizer assim, uma troca de idéia, pois ele estava me dizendo dos assuntos que gosta de discutir, sem ao menos saber se eu gostava ou não daquilo que ele tanto me falou. Sinceramente gostei muito das suas idéias, do que gosta de debater, saber, e concordo plenamente com ele, que a maioria tem como assunto predileto: “novelas, vidas de famosos(as); tudo que envolve o ‘mundinho’ dum cidadão brasileiro que gosta do que vê só na tv”. É lamentável isso! Mas o que podemos fazer para que este quadro mude? A burrice está ganhando de dez a zero da inteligência. Inteligência que todos possuem, só que uns sabem usá-la para algo que os fazem pensar, e os outros usam-a para ficar que nem bobos, aéreos sem saber em que chão andam pisando. Essa irrealidade, essa ilusão, é medíocre. Vão continuar(os que alimentam isso) na mesma, com o seu sonho sem fim sem concretização.
Acabei de ler todas as mensagens que ele me mandou. Fiquei pensativo. Muito pensativo que durante a aula, continuava quieto e relendo as mensagens que ele tinha me mandado. Li e reli diversas vezes até que recebi mais uma mensagem: “Amor, desculpe! Desculpe pela demora em te mandar outras mensagens, mas é que; sabe de uma coisa: eu já estou de saco cheio por mandar várias mensagens pra ti, ligar diversas vezes e tu não me responder. Eu ando indignado com tudo isso! Eu preciso de carinho, de atenção, e tu não anda correspondendo-me. Amor, por que tu faz isso comigo? Saiba que com isso eu te quero mais e mais. Mas ao mesmo tempo que te quero tanto, vejo que tu não se mexe. Se tu não responder vou aí te pegar na hora da saída. Sei aonde que tu estuda e sei que horas tu saí. Sou negro, alto e forte! Vou te pegar se tu não me responder, pois isso já esgotou a minha paciência, meu carinho, pois só eu te mando mensagens com carinho e amor.
Vou te esperar aqui na saída da escola. Beijos pra ti, Amor!”. Quando terminei de ler está mensagem fiquei mudo, quieto, com as mãos suando, estavam brancas, nenhum sangue corria nelas. Meu coração pelo contrário estava batendo a mil por causa do meu nervosismo com essa situação. Pensei em responder para essa louca, mas não respondi. Então fiquei de olho no relógio e pensando se era melhor ir embora naquele horário de sempre que era 22:20hs ( O professor nos liberava neste horário, pois 22:30 era muito tarde para a maioria. Alguns colegas meus, moravam do outro lado da cidade, como exemplo: Lami e Restinga, considerados bairros distantes do centro de Porto Alegre. Chegavam em casa mais ou menos meia noite e meia. Isso quando os ônibus não se atrasavam).
É ruim quando tu depende de ônibus para chegar em casa, e ainda a insegurança que mora em qualquer localidade. Pensei, pensei e pensei. Continuei pensando até que cheguei a uma saída. Naquela noite de quarta-feira, estava muito cansado. Meus olhos estavam vermelhos e minha cabeça começava a latejar de dor, creio que por fome e cansaço. Bah, neste horário qualquer um que trabalhe e estude ficaria neste estado: morto. Já era 22:10hs quando decidi ir embora às 22:30hs. Decidi quando falei para um colega meu a respeito do que estava acontecendo. Mas falei pra ele porque ele perguntou. Se ele não perguntasse não diria nada. Não gosto de falar sobre mim, pois ninguém tem nada a ver com a minha vida, ainda mais quando é particular. Mas neste caso resolvi falar, pois era meu colega de aula e ele ainda fazia academia comigo à tarde. Antes da aula. De segunda à Sexta. Das 16:30hs às 18:00hs. Meu colega era o Edmilson. Ele perguntou por que eu “olhava” para o meu celular a toda hora. Falou que eu “estava muito quieto”. Que eu estava “estranho”. Perguntou o que estava acontecendo. Por que nunca fora me visto “daquele jeito, um cara preocupado, perturbado”. Resolvi então dizer pra ele que tinha uma bicha-louca me mandando mensagens, com declarações de amor. E disse que ele ou ela(nem consegui responder direito pra ele, porque o nervosismo tinha me dominado)mandava-me mensagens, ligava-me a todo momento, e disse que hoje, na hora da saída, vai estar me esperando na frente da escola. Disse isso a ele, e ele apavorado me respondeu e perguntou, mas ao mesmo tempo em risos: “Não acredito! Ahhhhahahahhahahahahh!!! Sério? Desde quando isso está acontecendo contigo? Desde quando? Bah! Ahahahahaahhahahhahaah!!! ”. Com a resposta “Não acredito!”, com suas perguntas e risos, acabei ficando mais nervoso a ponto de descer correndo as escadas da escola e partir pra cima daquela bicha que estava me perturbando. Eu não estava nem aí para o que ia acontecer. Se guerra é guerra, então vou guerrear e acabar com tudo isso. Não importa o que vai acontecer comigo. Meu amigo por outro lado me aconselhou que eu esperasse o professor nos liberar. Ele disse que me acompanharia na saída da escola juntos. Fiquei um pouco tranqüilo com isso. Então segui seu conselho de sairmos somente no fim da aula, enquanto ele me olhava. Faltando uns minutos para nós sairmos da sala de aula, recebo uma mensagem, a última da noite de Quarta: “Amor, desculpe-me pela outra mensagem! É que fiquei muito brava. Realmente estou cansada disso. Fico aqui perguntando-me: Será que ele tá afim de mim? Será que é só eu? Quero aproveitar meu “bem” e pedir desculpa por ter te ameaçado. Desculpa! Estava só brincando contigo! Relaxa, Amor. Tenha uma boa noite de sonhos! Beijos !” . Mesmo recebendo essas “desculpas” não afrouxei e continuei com o pensamento que ele ou ela ia me esperar na hora da saída. Continuava nervoso e pensativo. Meu amigo acompanhou-me até a saída da escola. Resolvi(eu) sair em disparada. Deixei meu amigo para trás. Ele resolveu então correr atrás de mim gritando meu nome: Claudio, Claudio, me espera aí! A saída da escola para ter uma idéia era(e é) de frente para uma rua muito movimentada do centro de Porto Alegre, a rua Alberto Bins. Sai correndo. Logo na saída vi um sujeito negro passando na minha frente. Fiquei encarando-o . Ele não teve nenhuma reação. A não ser de me olhar e se perguntar(creio eu): “Por que este rapaz está me encarando?”.
Meu colega seguiu correndo atrás de mim, gritando pelo meu nome. Ele me alcançou do outro lado, e disse: “ Tu viu ele ali? Era o negão! Sério! Era ele! Eu já vi ele na academia!”, e eu o respondi que não era aquele cidadão que passou. Não era alto nem forte. Era um homem com uma estrutura normal. Ele continuou insistindo que aquele cidadão que passou na minha frente, era o tal do Paulão, negro, alto e forte. E eu respondi que não! Mas o desespero, o medo, fez com que eu acreditasse que realmente fosse aquele senhor.

Nesse momento duvidamos de tudo. Não sabemos o que passa na mente, nas atitudes das pessoas. E ainda por cima eu nem sabia quem era o tal do Paulão que me ligava. Nem sabia se ele era o que dizia ser “Alto, negro e forte”. Não sabia de nada! Então depois de conversar com meu amigo decidi seguir sozinho. Ele ofereceu sua companhia até pegar meu ônibus que passava às 22:45hs, não aceitei. Disse pra ele, falsamente, que tudo estava bem. Mas por dentro o nervosismo consumia-me. Eu seguiria sozinho até o ponto de ônibus, na avenida Salgado Filho. Então ele me deixou ir só. Subi a rua Senhor dos Passos correndo, desesperado, cuidando todos os lados em que corria. Enquanto subia correndo, as pessoas me olhavam curiosas. Cheguei até a avenida João Pessoa, uma parada antes do fim da linha que fica na Salgado Filho, próximo à Redenção, de frente para a Ufrgs, e fiquei tranqüilo. Fiquei dali em diante atento as pessoas que se aproximavam da parada, e naturalmente de mim. Torcia que meu ônibus aparecesse logo para eu ficar um pouco escondido. Na verdade rodando por aí. Graças ao tempo ele veio, exatamente 22:45hs. Peguei-o e logo ao entrar fixei meus olhos em cada um que estava dentro do ônibus . Desde o primeiro banco de passageiros, dos 46 existentes, percorri meus olhos para ver se esse tal Paulão estava dentro dele. Por alegria minha, não tinha ninguém suspeito.