sábado, 30 de agosto de 2008

El niño Paixão

Te quero por perto Paixão.
Te quero por perto carinho.
Te quero por perto de mim.
Sinto tua presença como um redemoinho.

Sinto tu pulsares ao sabor do meu vento.
Sinto a tua alma calorosa na minha.
Sinto o teu desejo minha vida.

Neste momento sinto Paixão em mim,
sinto carinho em mim,
sinto carinho por ti,
sinto no fundo da alma,
amor por ti.

No Monte Everest do meu coração sinto tocar teus seios.
No coração do desejo sinto viver contigo,
o que eu jamais vivera antes, Paixão.



Marcos Seiter

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

O...

Vazio é algo que desanda e não anda.
Vêm em passos lentos e suga amargamente nossas energias.

A alma fica fraca.

Não há motivação quando o vazio está presente em nosso ser. Toma o espaço das pernas, dos braços, das mãos, da cabeça. Deixemos de existir neste mundo. Os sentidos somem.

Ele toma propriamente o espaço do coração e começa a pulsar cegamente no lugar do verdadeiro, que não se sabe por aonde anda neste mundo. Aquele com veias artérias. O carnal deixa de existir.

Incrível é o manifesto e o apego do vazio. Nos sentimos perdidos. Temos medo de tudo.
Adiamos o combinado e nos entregamos de mão-beijada ao papel sem risco.

O vazio parece-me um acontecimento marcante.

O vazio me entristece. Deixa-me perdido. Quieto. Não gosto de falar e nem ouvir ninguém. Tomo caminhos retos para me esconder do que eu sinto. Posso estar agindo errado ou não.
Mas sinceramente faço o que eu sinto. O que eu quero.

Deixo que o tempo se encarregue de levar o branco que predominou em mim, por esses(creio eu) minutos.

Nestes momentos de "vazio", apesar de ser sofrido, mudo, deixa o espírito acalantado.

" Queria ser como os outros
E rir das desgraças da vida
Ou fingir estar sempre bem
Ver a leveza
Das coisas com humor...
Mas não me diga isso...

É só hoje e isso passa
Só me deixe aqui quieto
Isso passa
Amanhã é um outro dia
Não é?...

Eu nem sei porque
Me sinto assim
Vem de repente um anjo
Triste perto de mim..."


Marcos Seiter

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Filho de peixe, peixinho não é

O fulano bebe o cão. Vira macho e enche os outros de sermão. Ele acha que tem razão em tudo e que o resto é resto e nada mais interessa a não ser suas opiniões, pois elas são únicas.
O homem acha que bebendo, vai curar as mágoas e os sofrimentos que sente por ser testemunha das atitudes de seu filho porra-louca. Ele acha que beber resolve tudo.

Simples, bebe uma 51 e enche cem por cento os outros de desaforo. Ganha coragem.

Na noite de quinta-feira ele encheu sua cara de cachaça e saiu para a rua.

Resolveu ir até a sua irmã, que sempre quando fala com ele num estado como esse, concorda com tudo, pois pessoa alcoolizada é chata quando recebe verbos contra. Chegou com aquele "sorriso" na cara e o filho dela logo percebeu a tamanha "felicidade" da criatura. Ela o beijou no rosto. O filho apertou sua mão e o abraçou.
Sentiu no gogó do véio aquele bafo de álcool.
No momento seguinte ele sacou quarenta conto de seu bolso e deu a irmã dele, na companhia de palavras:
- Mana, tenho só isso. Sou pobre. Recebo muito pouco. Só R$450.
- Acredito sim, Mano.
O filho da mesma só observava até quando a criatura começou a falar em ritmo de canto:
- Euuuuu ganhooooo só R$450 por mêssssss. Estou sofrendo por causa de meu filhoooooooooooooooo. Ele não aproveita a oportunidadeeeeee que temmmmmmmmmmmm. Não quero saber mais deleeeeeeeeeeeee.
- Esse foi o caminho que ele escolheu. O senhor não deve sofrer por isso, pois quem escolheu esse caminho negro na vida dele foi ele - disse o filho da irmã.

Enquanto ele e seu sobrinho se olhavam nos olhos, por alguns instantes, fora ficar pra frente e pra trás com o corpo. Ele não chegou a cair no chão.

O bebum é enfermeiro. Está para se aposentar. Na brigada militar do estado do Rio Grande do Sul ele fora sargento. Está aposentado. Nos seus momentos de loucura ele bebe para tentar esquecer as amarguras da vida. Ele fora continuar na casa de sua irmã por meia hora. Ficaram ele e seu sobrinho dialogando. O sobrinho fora mostrar-se consciente das palavras que falava e das idéias que tinha, enquanto seu tio beirava na porta da ignorância:
-Sim esse é o caminho que ele escolheuuuuuu. O Felipe anda me deixando com a cabeça quente. A minha irmã, eu gosto muito dela. Ela é a única mulher no meio de quatro homens, todos irmãos. É a minha mana. Eu defendo ela.
A irmã respondeu:
- Sim, meu filho, teu tio deu casa para todos nós irmãos. Ele veio pra Porto Alegre e trouxe todos com ele. Nunca se negou com nada.
- Eu sei disso, mãe.
- Ele batalhou e tem o que tem na vida, porque sempre batalhou. Nós no interior não tivemos a oportunidade que os jovens de hoje em dia tem em poder estudar, trabalhar e passear. Nós trabalhávamos o fim de semana adentro. Era horrível, filho.
- Eu sei disso mãe. A senhora sempre nos contou isso e tenho toda a fé no que a senhora me diz, pois vejo perfeitamente nos seus olhos os fatos.
A irmã do mesmo sorriu.
- Esse teu filho, é único. Já os teus irmãos, ficam bebendo na rua, ficam ali na frente da minha casa com os amigos enquanto tu ficas só do lado dela. Te admiro por isso.

Seu sobrinho, ficou impressionado, enquanto ouvia o seu tio falar. Mas resolveu mudar o clima e acabou respondendo:
- Isso é culpa dos livros. Aprendi com eles que não se perde tempo com coisas fúteis.
- Esse teu filho é inteligente e trabalhador.
- Mas tio, os guris podem beber na rua, podem aprontar das deles, mas eles são conscientes e todos aqui dão a devida atenção para a mãe. Eles sabem o que é certo e o que é errado. Sabem muito bem se estiverem com as cuecas cagadas, estarão fedendo a merda. Quanto ao teu filho ele escolheu esse negrume para a vida dele, pois ele quis. Creio que o senhor fez o que tinha que fazer.
- O meu filho ganha bem. Pode até viajar de avião.
- Mãe, se eu ganhasse bem, eu não estaria aqui. E em breve vou ter meu cantinho, pois ficar para sempre puxando sua blusa enquanto tu caminhas, não dá. Vim para este mundo viver a minha vida. Construir uma história. Viver um destino.
- Mano, quando algum deles quiserem sair de casa; acharem que devem sair, não voltam mais.
- Mas isso é da vida - responde o tio.
Certo momento um silêncio. Seu tio avança em direção do sobrinho e o abraça. Fedendo a pinga.
- Tenho orgulho de seu filho, mana. O Felipe eu não quero saber dele. Nem papo!
Seu tio começa a conversar novamente com seu sobrinho. Próximo da geladeira seu sobrinho se encontra. O tio alcoolizado começa a bater com a mão fechada na porta da mesma, e a dizer,como se quisesse dar um murro na cara do sobrinho, coisas:
- Mas tu lê demais. Sabe Froídi?
- É Freud!
- Ele dizia assim assim que se batesse na porta com a mão fechada, tu ias sentir a dor. Quem sente a dor? A porta ou tu?
Numa revolta total, seus olhos brancos de álcool brilharam com uma intensidade que deixaram a irmã e filho apavorados.
- A porta senti a minha mensagem?
O sobrinho fora ficar quieto e a só observar as ações de seu tio. Enfim ele responde:
- Ah, entendi...
- Isso, pois isso é material. Então tu não deves ler e mergulhar nos livros. Froídi pensou tanto tanto e não viveu a vida.
- Tio, o verdadeiro conhecimento está nos livros. O que penso, o que acabo conhecendo, é através dos livros.
Ficou quieto.
Logo disse:
- Vou pra casa, pois bêbado só fala besteiras. Vou dormir.
- Tio, na educação é que está o caminho. Na educação!
Seu sobrinho com a mão esquerda apertou a mão de seu tio, e tocou de leve nas suas costas, demostrando respeito. Foi embora e não voltou naquela noite.
- Filho, ele abandonou o Felipe. Nunca, "nunca" eu abandonei vocês por isso ou por aquilo.
- Ele nunca soube educar seu "filhinho", agora vem aí querer falar dos meus irmãos, que não chegam aos pés da sua criação.- disse o filho dela.
- Ele vem aí e diz isso e aquilo, mas apóia o Felipe sempre com uma grana. Daí o guri compra uma maconha e queima ela durante um dia inteiro e depois volta para o pai dele para pedir mais e mais grana. Teu tio dá sempre um dinheiro pro Felipe.
- Um homem barbado que não tem o respeito consigo mesmo. Acha que "beber" e sair na casa dos outros e querer puxar a orelha de quem não tem nada a ver com o que ele vive com seu filho, vai concertar o erro. Não quero saber de meu tio aqui. Ele pode aparecer no outro dia com a cara limpa, mas para mim e para nós, irmãos, ele não existe mais. Quero distância deste cínico.

No sábado à tarde o seu filho aparece na sua casa:
- Oi, pai!
- Oi, filho!

Marcos Seiter

domingo, 17 de agosto de 2008

Eu não entendo o ser humano!

Não entendo o manifesto de algumas pessoas contra a minha atitude de agradecer alguém, com um "obrigado", quando algo está na visão deles, contraditória a minha.
Quando criança minha mãe sempre me disse:
- Meu filho, sempre agradeça as pessoas pela cordialidade em te fazerem algum favor.
Eu respondia:
- Agradeço sim mãe.
- Educação é tudo meu filho. Eu me esforço para que vocês sejam nesta vida pessoas decentes.
- Pode deixar mãe. Sempre levarei comigo esse exemplo e farei sim.
Serei eu diferente deles? Serei eu uma criatura desvairada, beirando ao princípio da baboseira?
Sinceramente acho que eu não estou neste vários quadros que cada pergunta mostrou.
Sou igual a eles. Tenho sentimentos benéficos e maléficos como qualquer um. Sou humano de carne e osso.
Desde que me entreguei a leitura e ao abrir os olhos para a vida, para o mundo que vivo, sou gentil, educado e perfeitamente consigo agir bem em qualquer situação que eu fora me encontrar na vida.
Essas atitudes a dois anos atrás não se encontrava em mim de jeito nenhum. Poderiam quebrar pedra sobre pedra que não encontraria nenhum vestígio de senso. Cansava de atravessar a fila do bus, sendo que antes de mim tinha idosos, adultos, jovens, crianças, gestantes na frente para embarcar no mesmo. Antes chamava o ônibus, este veículo de transporte público de bus.
Eu era mal-educado e não sabia.
Felizmente o meu mundo é outro. Consigo andar sem tropeçar em nada, sem atingir ninguém com alguma grosseria, embora eu seja alvo de críticas grosseiras de certos seres, eu continuo em frente com sonhos e leituras.
Minha vida mudou cem por cento desde quando fora me entregar ao mundo das palavras.
Hoje percebo fatos que jamais eu perceberá se continuasse na mísera cultura que louvava: novela.
A rotina mais conformista de todas era a televisão.
Tornei-me sensível perante o mundo.
Sinto aquele friozinho na barriga ao perceber algum ar de estupidez nos jeitos das pessoas. Gosto de olhar nos olhos de cada ser que me dirija alguma palavra ou impressão sobre minha pessoa. Fico como uma águia que lá do alto do céu mira em sua presa para que ela não escapa de suas garras. Mas minha visão é humana e não é para agarrar ninguém, muito menos machucar com o olhar alguém.
Agora vieram até mim e peguntaram:
- Por que tu agradeceu a pessoa, se foi tu que tirasse o xerox da folha?
- Porque ela fora me fazer o favor de trazer hoje à tarde este documento. Sendo que combinei. Ela sempre demora uns bons dias para me trazer algo que solicito e por isso também agradeci.
- Ah, tá.
Um colega se meteu no meio da conversa:
- Ele sempre foi assim.
Está provado que o ensinamento de mãe pega.
Marcos Seiter

sábado, 16 de agosto de 2008

Arquivo PUMI

Vamos sorrir para o quatro!
Vamos sorrir para o egoísmo!
Vamos sorrir para o preconceito!
Vamos sorrir para a hipocrisia!
Vamos sorrir para a democracia das armas!
Vamos sorrir para a desumanidade!
Vamos sorrir para a injusta justiça!
Vamos sorrir para a violência!
Vamos sorrir para a ganância!
Vamos sorrir para a arrogância!
Vamos sorrir para a seriedade!
Vamos sorrir para a realidade!
Vamos sorrir para a irrealidade!
Vamos sorrir para a guerra!
Vamos sorrir para a ilusão!
Vamos sorrir para a desigualdade!
Vamos sorrir para a poluição do meu planeta!
Vamos sorrir para o desamor!
Vamos sorrir para o interesse!
Vamos sorrir para a dor!
Vamos sorrir para o horror!
Vamos sorrir para o lambe-virilha!
Vamos sorrir para o sofrimento!
Vamos sorrir para a fome!
Vamos sorrir para o desencantamento!
Vamos sorrir para a sede!
Vamos sorrir!


Ps:Amigos, este texto fora escrever num momento de ódio, em março de 2007, com os fatos desse Brasillllsil. E ao passar para uma colega ler, ela lembrou dessa maravilhosa canção, poesia, "Perfeição", Legião.

Nem imaginava a profundidade dessa minha escrita aos olhos de outro ser humano. Fiquei feliz e continuo desde março de 2007, por conseguir expressar minhas angústias através da escrita.

Viva o rock!!!

Viva as letras!!!


Abs!!!



Marcos Seiter

sábado, 9 de agosto de 2008

Minidiário de viagem - Última Parte


(Leiam os textos anteriores a esse para usufruírem um pouco de Pernambuco.)

Minidiário de viagem - Última Parte


Dia 30 de março de 2008

08H10minutos.

Domingo. Fomos para a cidade de Gravatá(o nome da cidade fora me lembrar de Gravataí, cidade vizinha de Porto Alegre) onde tomamos café e experimentei novamente Cuzcuz, queijo com manteiga e carne de cabrito. Depois seguimos para Caruaru e para o Alto do Moura, onde conheci a casa do mestre Vitalino, que fundou o artesanato em argila no estado de Pernambuco. Aproveitei e comprei umas obras artesãs para trazer para Porto Alegre.

Logo voltamos para Gravatá. Paramos numa lancheria e comemos Cartola(banana com queijo manteiga, açucar e canela) e depois voltamos para casa. (Comi Cartola com alguns goles de coca que me deixaram estufado e acabei deixando mais do que a metade da mesma no prato.)



Neste último dia de viagem, além de conhecer todos estes cantos, conheci o lugar onde todos os domingos realiza-se a feirinha de "Bom Jesus". Depois disso fomos até a casa de cultura de Recife, porém chegamos quinze minutos para fechar o mesmo. Nem descemos do carro e seguimos embora.

Nota: Fora uma viagem maravilhosa. Conheci uma nova cultura, uma nova realidade. Experimentei pela primeira vez a culinária pernambucana, nordestina propriamente. Mergulhei na praia de Porto Galinhas, que até então, conheci-a só pela TV. Água esverdeada. Linda. Fiquei vermelhinho com o banho de Sol de Porto de Galinhas. Pretendo e vou voltar para Pernambuco em breve. Conhecer ainda mais sobre as histórias da mesma. Pretendo ainda conhecer todo o Brasil, a América Latina e quem sabe, eu não acabo conhecendo o mundo. Ainda vou escrever muitos diários de viagens.





Marcos Seiter

domingo, 3 de agosto de 2008

Minidiário de viagem - 3 Parte

(Leiam a primeira e segunda parte deste minidiário para acompanhar os passos certos que dei em Pernambuco. Textos logo abaixo.)

Minidiário de viagem - 3 Parte


Dia 29 de março de 2008


07h:10minutos.

Acordei. Tomei banho. Logo fiz meu café acompanhado dum cacetinho com manteiga. Gosto. Não deixo de lado. Neste dia conheci Carol e Guti. Dois seres fantásticos. Agora não me recordo a hora, mas fomos para a praia de Porto de Galinhas, onde ficamos o dia inteiro.

Experimentei na beira da praia: Pitomba (uma fruta que tu deves partí-la ao meio, para sugar o lã que a cobre), Caldinho de Aratu(uma delícia. A cada colherzinha na boca: calorão), Bacalhau, Caranguejo completaram a fartura. Fora a primeira vez que provei estes alimentos aquáticos, exceto "Pitomba", que não é do mesmo.

Depois da praia, nosso guia(dona Adriani quem disse), Guti, levou a gente até Maracaípe(onde o mesmo mora) e pro Portal de Maracaípe, onde visitamos um mangue, com ninhos de Siri e Aratu por todo canto. Atravessei um piscinão que fora criado pelas águas do mar, caminhando. Isso com a ajuda duma corda , pois no meio do mesmo, de água-escura, fiquei com a água no pescoço. Engoli um pouco. Mas consegui cruzar e cheguei ao canto vizinho, Serrambi. Uma outra praia.

Nota: Na praia de Porto de Galinhas, um poeta repentista, compôs uma linda poesia, que fez-me esparramar de alegria, por ouvir aquelas palavras tão marcantes e lindas. Antes de o poeta compor, disse que era gaúcho. Na praia ainda um guri deu-me uma flor de pitomba que entreguei para o meu bem.

Deixo aqui registrado, uns versos do poema RIO CAPIBARIBE, de Euclides Paiva e Pedro Queiroz. Literatura de Cordel.

"O nosso belo planeta,
A terra em que vivemos,
Possui dois terços de água
Como todos nós sabemos
É impossível viver
Sem ter água pra beber,
Certamente morreremos.


De toda água existente
Só três por cento é potável
Para o consumo humano,
Diz a pesquisa provável
Mas já existe ameaça,
Ela está ficando escassa,
Isso é muito lamentável.


Do Rio Capibaribe
Em particular eu falo
Pelo grande valor seu,
É por isso que não calo
Vou falar da relevância
E da sua importância,
Em versos vou decantá-lo.


Um rio de Pernambuco,
Que só banha este estado,
Ele é uma referência
Do presente e do passado
Faz parte da nossa história,
Para ficar na memória
Precisa ser preservado.
"




Marcos Seiter