sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

2009



Arte de Andy Warhol


Que 2009 seja igual para Adriani, assim como para Maria, com muita saúde.

Que 2009 seja igual para João, assim como para Jairo, com muita paz.


Que 2009 seja igual para Kari, assim como para André, com muita fé em suas metas.


Que 2009 seja igual para Marcos, assim como para César, com muita criatividade nas atitudes.
Que 2009 seja igual para Amigos, assim como para Amigas, com muita união.


Que 2009 seja igual para o Branco, assim como para o Preto, sempre presente em nossas histórias.

Que 2009 seja igual para o Azul do Céu, assim como para o Azul das Águas, sempre atrapalhando nossas visões com o que é Céu e com o que é Água.

Que 2009 seja igual para o Verde, assim como para a Esperança, a vida sempre se multiplicando.


Que 2009 seja igual para o Dez, assim como para o Mil, pois ficará melhor do que é.
Que 2009 seja igual para o Mundo, assim como para Todos, pois precisamos que todos os desejos para 2009 de Adriani e Maria; João e Jairo; Kari e André; Marcos e César; Amigos e Amigas; Branco e Preto; Verde e Esperança; Dez e Mil; sejam iguais para o Mundo de Todos.




Marcos Seiter

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

AQUI SOMOS TODOS LOUCOS...UNS PELOS OUTROS


Foto: Kari Vieira



Meu Natal não vai ser na companhia de Papai Noel.

Vai ser na companhia de um Sapo que está na "árvore" de Natal da minha sogra.

Seu slogan: "Aqui somos todos loucos... Uns pelos outros."

Ela resolveu colocar um Sapo na árvore de Natal, pois para ela Papai Noel não tem nada a ver com o Natal brasileiro.

Onde se viu um Papai Noel vivendo o Natal aqui no Brasil, num clima seco, em pleno Dezembro, ele com aquele uniforme bem forrado? Não tem nada a ver. Não acham?
Papai Noel com camisa de física, calção e com seu chinelo havainas, entregando presentinhos, não combina.
Enquanto isso o Papai Noel em outras casas vai tomando espaço. Em lojas vai iludindo as crianças.

Quem nunca ficou iludido com a presença desse velhinho quando criança? Eu já fiquei.

Agora eu estou iludido pelo Sapo que ocupa o lugar de Papai Noel na árvore de Natal da minha sogra. Ele tem um sorriso quieto. É verde. Seus lábios são dum vermelho bem expressivo. Seu olhar é meigo. Suas bochechas são coradas. Seu chapéu de palha e seu lençinho colorido: vermelho e azul (um GRENAL particular em seu gogó), dão um ar de caipira em sua imagem.

Disfarçado, se move com uma rapidez para lá e para cá. Ao meu olho nu fica invisível sua excursão pela casa que habita. Ele não deve dar passeios pelos banhados. Seus passeios são pelos cantos da casa. Não se embarra de lama. Não fica alertando as fêmeas que ele está por perto. Este Sapo parece ser um gato, um mosquito de tão silencioso que é. Fica a vontade na árvore cheia de lâmpadas pisca-pisca. Ele agora é a alegria da casa de minha sogra. Ele é o bom velhinho. O Natal já está sendo celebrado na sua companhia.



Marcos Seiter

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

MINHA QUERIDA


Arte de Renoir


Minha querida, o tempo não pára como cantava Cazuza, e como Mario Quintana recitava. E o tempo voa, nada, caminha, viaja. Minha querida me enche de beijos. Minha querida me enche de abraços. Minha querida chega a esconder seu rosto de sorriso meio troncho, atrás de meu pescoço. Minha querida me enche de dengo. É a paz e a maior curtição nestes dengos. Minha querida pega minhas mãos e sai a passear comigo. Nossas mãos chegam a suar. Minha querida assopra o lado direito e esquerdo do meu pescoço quando estou com calor. Minha querida vai ao cinema comigo. Assistimos pela última vez que fomos "Madagascar 2". O filme foi bobô. Mas com a minha querida do meu lado, o filme não foi bobo. Foi divertido e muito bem acompanhado, obrigado. Estava vestida com uma blusinha verde-clara, com uma bermuda branca e do lado dela sua bolsa limão-rosa. Minha querida adora cores. Minha querida me diz que me adora. E eu adoro minha querida. Minha querida ouve-me com respeito quando leio poemas para ela. Li Pablo Neruda. Minha querida adora os poemas de Pablo Neruda. Minha querida me deu uma camisa de Guevara. Minha querida gosta de discutir política comigo. Minha querida não gosta de discutir religião. Minha querida acredita em Deus. Minha querida é minha colher. Minha querida pergunta-me com toda vontade quando estamos almoçando ou jantando "Quer mais?". E se eu falo que não "Tem certeza?". Minha querida é atenciosa. Minha querida é sincera. Minha querida é uma figura. Minha querida adora seu gatinho Darlanzinho. Minha querida adora sua cachorrinha Meg. Minha querida gosta de acompanhar séries. Minha querida tem as mãos fofinhas. Minha querida é fofinha. Minha querida é linda. Minha querida é bonita. Minha querida é simples. Minha querida para não perder nenhum dia comigo, por eu estar na cidade dela, foi aprovada por média neste semestre. Minha querida estudou muito. Eu fui uma motivação a mais para minha querida ter saido de férias nos primeiros dias de dezembro de 2008. Minha querida sonha. Minha querida viaja. Minha querida gosta de Ana Carolina. Minha querida é flor. Minha querida é rosa. Minha querida é uma tartaturiguinha, pois é pequenininha. Minha querida gosta de pintar as unhas de vermelho. Minha querida me fala sobre as cores de esmalte. Minha querida é amor.




Marcos Seiter

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

VAZIO?


Tenho na cabeça
palavras que me
dão dor de cabeça.

Fogem pedindo
indiretamente
que eu as esqueça.

Mas elas sem me avisarem,
que eu as esqueça,

fico a tentar transferi-las
para fora (sem mérito nenhum),
suas lembranças passageiras.



Marcos Seiter

domingo, 14 de dezembro de 2008

LOUVADA ATENÇÃO




Arte de Paul Klee


Que tarde estranha. Que tarde quieta. Que tarde indecisa.

Sou eu e essa tarde na companhia dos passarinhos que cantam suas musiquinhas de encantar em qualquer momento. Mas essa tarde não está ainda menos estranha. Ainda está quieta. Ainda está indecisa.

Fiquei na companhia dos passarinhos que cantavam suas musiquinhas nada melosas, mas com um ar de "viva a vida! Tenho vida e isso é tudo! Posso voar! Posso ver! Posso cantar!"

Passarinhos entendem-se. Eu, humano, não me entendo tanto.

Penso erradamente que entendo o que ainda não entendo.

O domingo à tarde foi vazia. Pouco ou quase nada de vida. Os passarinhos nas laranjeiras do pátio de meu tio, Filomeno, é que davam vida. Faziam a festa.
O meu cãozinho, Scubby, latia de vez em quando, contribuindo com os passarinhos.
Os pernilongos me perseguiam na área e até dentro de casa, mordendo meus calcanhares, enquanto lia Veríssimo.

Consegui com as minhas paradas na leitura, matar 4 ou 5 pernilongos que me mordiam, parecendo pedindo:

- Saia daqui! Esse é nosso canto!

Ignorei os assobios deles. Matei-os.

Agora já é tarde demais para voltar atrás. À tarde já foi embora. Os passarinhos não cantam mais. Minha mãe que foi colorir as unhas da mão de pele e a dos pés de paixão, voltou sorrindo. Meus irmãos que saíram 16:30h à procura de rabos de saia, ainda não chegaram.

O céu que esteve toda a tarde cor de chumbo, agora ficou preto de vez.

O silêncio será quebrado mais uma vez. Só que agora pelo pingar da chuva e pela minha inquietação com uma tarde vazia. Que no fim de contas não foi tão vazia.

- Esqueceu que eu posso voar, ver e cantar?

A solidão não foi minha companhia nessa tarde. O mal do século não chegou perto de mim. Se chegou, nem senti. Nem dei bola. Os pernilongos e os passarinhos agradeceram minha atenção.




Marcos Seiter

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

ENCONTRO DE ARTES


Arte de Carlos Meinardi



O tempo cinza. Pessoas a caminhar para frente, para trás e para os lados no Centro de Porto Alegre. Uma confusão. Corre-corre de caminhar. Os ônibus e carros que trafegavam pelo local pareciam estarem em Tarumã. Absurda estupidez onde o limite de velocidade é de menos 80 km/h. Desde do convite dessa pessoa eu fiquei ansioso, com as mãos suando. Imaginando mil coisas. Perguntando-me:

-Vou conhecer esse artista da pintura? Vou?

Risos do nada brilhavam e ainda brilham no meu rosto por ter conhecido esse ser humano fantástico. Simples como talher, garfo, prato. Simples como suas palavras, seus olhares. Simples como o seu pisar. Simples como poucos.

Ele falou de suas pinturas. E eu falei de minhas poesias. Ele me explicou com todo o amor, sobre suas obras. Que horas uma delas surgiu. Que tentou refazer algumas novamente e não conseguiu. Que o que ele faz muitas pessoas não entendem. Mas ele entende e tem toda a liberdade e vontade do mundo em explicar o significado da arte que faz. Ele me falou sobre suas obras de artes sem custo nenhum nesse ambiente rodeado por dinheiro. Onde tu paga e recebe. Ou se não paga, não recebe. O que vivi não tem preço que pague.

Falei de meus poemas para ele. "Um poema que escrevi (Choro) surgiu quando eu estava no sofá de casa, num fim de tarde, a visualizar aquele céu azul, sem nuvem e o Sol brilhando, quando vi meus olhos embaraçar. Daí surgiu esse poema 'Choro'", disse a ele. "Lá em casa eu sou a 'ovelha negra' no bom sentido", comentei para ele. "Sou o ovelha negra, pois sou o único que tem o hábito da leitura em casa." Que meus irmãos e minha mãe não lêem. Que quando eu tinha 13 anos eu já escrevia poemas apaixonados para as gurias. Embora eu não me lembre se eram poesias. Mas sei que eram inspiradas em músicas que ouvia.

Nosso encontro foi mágico. Um presente de Natal. Foi comemorado com palavras e atenções em cada gota de fogo que era expelida pelos dois. Olhares verdes se fecharam. O pudim, o bolo de coco, o suco de laranja, deixaram a troca de novidades, dos dois, mais doce do que já estava sendo.

Tive o prazer imenso, inexplicável de conhecer Carlos Meinardi. Pintor gaúcho. Um ser humano de grande alma. Uma grande obra feita pela natureza. Qual ficará eternamente em mim.




Marcos Seiter

domingo, 7 de dezembro de 2008

Nirvana - Territorial Pissings (live)

Como disse um dia um amigo meu:

"Essa música é ótima para celebração de formatura!"

**risos**

Abraços!!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

TEMPO DE ESMOLEIRO



Arte de Henri Matisse


Ando com o meu ser em devaneio.
Sonhando acordado o tempo inteiro.
Com coisas fúteis sem cheiro.

Pareço viver o meu tempo de esmoleiro.
Sentado na cadeira a viajar o tempo inteiro.
Em pensamentos sem toque.

O que pareço sentir?
O que pareço sorrir?
O que pareço pensar?
O que pareço ver?
O que pareço querer?

Agora a minha alma está na palma de si mesma.
Sentindo o sabor do próprio pensamento.



Marcos Seiter