domingo, 30 de outubro de 2011

O mês de Outubro







             O mês de Outubro é sempre especial. É sempre especial porque é o mês do livro, do poeta e da poesia, do professor, e ele termina no dia 31 de Outubro, com uma importância maior ainda: aniversario de Carlos Drummond de Andrade. O poeta, vivo com as suas poesias, estaria fazendo 109 anos. Não canso de mencionar que é um dos poetas inspiradores (asssim como Mario Quintana) da minha poesia.

             Tenho um livro de poesias de Drummond. Claro Enigma. Um dos melhores livros de poesias do poeta e da poesia brasileira. Esta tão pouco valorizada. Mas tão grande em causa, em métrica e, principalmente, em Paixão. Não é a toa, que existe um livro de José Castello, a biografia de Vinícius Moraes, que se chama "O Poeta da Paixão - uma biografia".


             E o Drummond não deixa de ser mais um poeta da Paixão. Paixão que está presente em todas as suas poesias. Uma Paixão que ferve, que mostra qual era o sentimento do seu mundo.

             Não terminei ainda de ler o livro do poeta que estará de aniversario no dia 31/10/2011. E não tenho pressa. Leio na paciência. Leio cada palavra com ternura. Releio-as também. Parabéns Drummond! Parabéns Poesias Brasileiras!

sábado, 29 de outubro de 2011

Novidades velhas




                                                     
                                                      Arte de Felipe Rodrigues

             Há 13 dias postei a última postagem. Estive meio sem tempo para vir aqui escrever com calma, e mais importante ainda, com paciência. Sim. Paciência. Para escrever há de ter paciência, concentração e atenção para onde as palavras estão te levando.

             Neste tempo de recesso que tive, muitas coisas aconteceram. E nelas me basearei para teorizar em meu blog tais acontecimentos. Estes, que de certa forma, entram para a historia da humanidade. Outras, nada, não ganham importância nenhuma.

             Mas não perderei meu tempo com coisas opacas, sem conteúdo. Vamos lá.

             Neste período que estive longe da escrita, mas sempre lendo, seja em blogs, sites, qualquer coisa que tenha conteúdo necessario para meu crescimento intelectual ou ganho de informação, fiquei e o mundo todo, sabendo que Kadafi ou Gadafi (sei lá qual era o nome desse tirano), foi morto por rebeldes que começaram a luta contra esse ditador que doutrinava a Líbia há 42 anos. Com o apoio Ocidental, eles conseguiram capturar Kadafi/Gadafi num cano de esgoto. A captura foi sobre balas de k(g)adafistas e rebeldes. No confronto acertaram-no com um tiro na cabeça que levou fatalmente a morte.

             E antes de sua morte, várias imagens e vídeos correram (e correm) ao mundo, mostrando o ditador ensaguentado, sendo arrastado pelos rebeldes, e suplicando por vida. Não queria morrer. Não deu outra, morreu da mesma (ou pior) forma com que tratava seus inimigos. O ditador foi humilhado e morto sem qualquer piedade.

             A ONU feliz com a imagem (eles nunca afirmarão isso, que é liderada pelos EUA  e União Europeia), abriu uma investigação para verificarem se Kadafi sofreu crime de Guerra. E aí me pergunto: Em Guerra existe crime? A Guerra já não é um crime? Perguntas que com certeza fazem sentido. Na Guerra não há piedade. A Guerra é um crime. Na Guerra não existe conversas ou sentimentos de amor ao próximo. Guerra é Guerra e ponto.

             A investigação que a ONU abriu não dará em nada. É só papo para desviarem a atenção do que os países membros da OTAN planejam fazer na Líbia. Líbia que é (assim como o Iraque do morto Saddam) um país rico em Petróleo. Os americanos e europeus não se envolveriam nessa Guerra sem ganharem nada em troca no futuro. E eles querem Petróleo.

             Também neste período, Orlando da Silva -Pc do B-SP, exministro dos esportes, foi acusado por um policial de Brasília (que também é um malfeitor) de corrupção com o Programa Federal Segundo Tempo, que serviria para incentivar os esportes no país do Tupiniquim. São milhões envolvidos nessa fraude.  Orlando Silva não aguentou a pressão e nessa semana pediu demissão que foi aceita pela nossa presidente. Outro Pc do B-SP nesta banca assume o posto: Aldo Rebelo.

             E com essa nova crise no governo Dilma, que com certeza são frutos do antigo governante brasileiro (Lula), é o sexto ministro que cai e assume uma cadeira no gabinete de Dilma. O nosso País é uma vergonha. Essa "vergonha" que a maioria da nação não deve sentir, fará com que um órgão mais poderoso que a ONU, a FIFA, em função da Copa de 2014, assuma as pontas por aqui. Sem armas de fogo. Mas com armas nas palavras. Impondo o que a entidade quer para que aumete seus lucros.

domingo, 16 de outubro de 2011

Poesi 2

                                              

             Desde a quarta-feira passada, quando publiquei o poema de Tomas Tranströmer, o poeta do Nobel de Literatura de 2011, fiquei pensando na procura da Poesia. É claro que lembrei do poema de Drummond: "Tua gota de bile, tua careta de gozo ou de dor no escuro são indiferentes. /Nem me reveles teus sentimentos, /que se prevalecem do equívoco e tentam a longa viagem. /O que pensas e sentes, /isso ainda não é poesia."

             Poesia uma palavra tão curta, mas tão intensa para nós que apreciamos a beleza poética, que pode ser o que for, que sempre será Poesia. E na publicação de quarta-feira, onde prestei uma certa homenagem a esse poeta (Tomas Tranströmer) que é pouquíssimo conhecido no Brasil, e que teve vergonhasamente um poema só publicado por aqui, publiquei o título em sueco 'Poesi' que significa no bom português, Poesia. Creio que a alguns anos, alguém lerá este texto e se identificará com o anterior deste. Se identificará pelo fato de eu estar falando de Poesia e do poeta que foi Nobel em Literatura de 2011.

             E sobre a procura da poesia, aonde ela se encontra? Aonde ela se esconde? Aonde ela se infiltra? Como saber quando ela virá ao nosso ser? Que explosão de palavras em só uma na maioria da vezes que deixa os nossos seres eufóricos por sentir palavras tão fortes e muito bem trabalhadas? Não sabemos. Não temos como adivinhar. A Poesia é sentida. Tem o seu tempo. A sua maturidade. Poesia nada mais é do que o inusitado do inusitado. Aquilo que jamais imaginávamos que iria acontecer. Na realidade, Poesia pode ser tudo. Tudo!

             Leiam esses versos de Drummond do poema "Oficina irritada": "Eu quero compor um soneto duro/ como poeta algum ousara escrever./ Eu quero pintar um soneto escuro, /seco, abafado, difícil de ler./ Quero que meu soneto, no futuro, /não desperte em ninguém nenhum prazer. /E que, no seu maligno ar imaturo, /ao mesmo tempo saiba ser, não ser. /Esse meu verbo antipático e impuro /há de pungir, há de fazer sofrer, / tendão de Vênus sob o pedicuro. /Ninguém o lembrará: tiro no muro, /cão mijando no caos, enquanto / Arcturo,claro enigma, se deixa surpreender."

             O que é Poesia? É aquilo que deixamos florescer dentro da nossa alma. Que deixamos que cada palavra ou alegria, mesmo que seja a que não desejávamos, faça com a que a gente ria. Sabemos que o amanhã é uma surpresa. Ruim ou boa. Sabemos que tudo pode ser difícil ou fácil. E a Poesia e o Poeta estão aí para a gente ter um prazer maior na vida. Seja na dor ou na alegria. Faz parte.

             Leiam esses versos a seguir de um poema que escrevi em Outubro de 2008. E, amigos, faz um tempo danado que não escrevo poesias. Mas "deixo a vida me levar" como diz o poeta Zeca Pagodinho. E que assim seja. Poema "MENTE": " Minha mente é colorida. /Às vezes é suja. /Minha mente é animada. /Às vezes é chata. /Minha mente é círculo. /Às vezes é quadrado. /Minha mente é real. /Às vezes é sonho. /Minha mente é jogo. /Às vezes é nula. /Minha mente é esporte. /Às vezes é ditatorial. /Minha mente é razão. /Às vezes é ilusão. /Minha mente é coração. /Às vezes é emoção. /Minha mente é: /o presente da Natureza, /o travesseiro e sua beleza, /o voar dos passáros, /a cor das águas, /a tempestade, /o eco dos vazios, /o cheio do tudo, /Ela é o meu mundo: /o mundo de flores e espinhos, /o de guerras e paz, /o de humanos e máquinas, /um mundo que me enche de dor. /Um mundo de mudos sãos."

             Para uns são simples palavras. Para outros, um big ban, palavras maravilhosas e que expressam um pouco o sentimento desse mundo tão misterioso que vivemos. Poesia é isso. O tudo e o nada ao mesmo tempo.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Poesi


             Dia 12 de Outubro de 2011. Mais um dia. Dia das Crianças. Santas crianças. Dia da Padroeira do Brasil: Nossa Senhora Aparecida. Mais um dia. Mas não um dia qualquer. Senão não teria alguma justificativa para que escrevesse que hoje é 12 de Outubro de 2011. Dia das Crianças. Santas Crianças. Dia da Padroeira do Brasil: Nossa Senhora Aparecida.

             Bem, parei neste dia para fazer uma leitura gostosa da ZH. E lá encontro no Segundo Caderno, no texto escrito pelo crítico literário, Carlos André Moreira, dois belos poemas do Prêmio Nobel de Literatura de 2011, Tomas Tranströmer, sueco, psicólogo, qual é pouco conhecido no Brasil. E eu, sinceramente, não o conhecia. Conheci-o com a divulgação do Nobel de Literatura 2011. Mas aqui é possível entender porque ele é pouco conhecido: somos a nação que lê muito pouco. Em média por ano são 4,7 livros. É pouco para uma nação de 192 milhões de habitantes. E também (mais importante ainda) se tratando de poesia. Poucos lêem poesia. Quem vai querer encarar algo metafórico em sua frente? Só os loucos. Quem vai querer parar para sentir a sensibilidade duma rima, dumas palavras cotidianas, mas que nos transmitem uma imagem diferente daquilo que vivemos? Só os loucos. Sim. Somente os loucos. Porque gostar de poesia é loucura. E eu (como outros) sou apaixonado por essa loucura. Sou louco.

             Desde 1996 um poeta não ganhava esse esperado prêmio da literatura mundial. A poetisa Wislawa Szymborska(qual conheci a um mês e meio) foi quem tinha ganhado a última vez. Agora, Tomas, entra para o rol com as suas poesias.

Para amigos além de uma fronteira

I

Fui tão econômico em minha carta. Mas o que não pude escrever
Inflou e inflou como um antigo zepelim
E se perdeu, por fim, no céu noturno

II

Agora o censor está com a carta. Acende a lâmpada
Na luminosidade voam minhas palavras, como macacos na jaula
se sacodem, se aquietam, mostram os dentes!

III

Leiam nas entrelinhas.
Nos encontraremos em 200 anos
Quando caírem no esquecimento os microfones de hotel
e poderemos dormir feito moluscos.

sábado, 8 de outubro de 2011

Neste mês

             Neste mês de Outubro de 2011, celebro os dois anos de uma poesia que escrevi em Outubro de 2009. Não canso de dizer que foi um dos poemas mais belos que escrevi nessa minha vida. Na época tinha 24 anos (hoje estou com 26).

             Foi um poema que surgiu pela simples busca da poesia. Ela é tão clara e objetiva que não precisa ser traduzida em outras línguas. Ela é tão clara que não precisa de paradigmas ou sei lá o quê para que seja sentida por aquele que gosta de poesia. E do gostar de poesias, falta no mercado. Pouquíssimas pessoas que conheço apreciam poesias. Atrevo a dizer que só 5% dos meus conhecidos gostam de poesias. O que eles esquecem, é que tanto no romance, prosa ou conto, a poesia pode estar infiltrada.

             Então, republico mais uma vez este poema maravilhoso. Que celebrarei em toda a minha vida.




POETA


Poeta
Poeta
Poeta
Poeta
Poeta
Poesia
Poesia
Que rima
Com vida
Que enche
Meus olhos de alegria
Ao ler um poema de Drummond
Sobre uma pedra no meio do caminho

Lembrarei do dia cinco de outubro de 2009
Como a pedra de Itabira
Quando rabisquei folhas
Em busca da poesia

Poeta
Poeta
Poeta
Sem ponto e sem vírgula

sábado, 1 de outubro de 2011

O mesmo sentimento de Brum



        

São palavras escritas e transcritas por mim depois de ler um texto de Eliane Brum sobre o caso de Belo Monte. Onde está sendo construída uma hidrelétrica que acarretará em mudanças trágicas para os moradores locais, e consequentemente para a natureza. Reforço e compartilho o mesmo sentimento de Brum.
            

             Olha, no meio de tanta loucura desse mundo mágico e ao mesmo tempo, assustador, eu paro aqui para escrever e compartilhar com aqueles poucos que me lêem, as ideias que estão perturbando o meu ser. É uma perturbação ótima. Ter ideias para serem postadas em qualquer canto que seja é uma prova do quanto somos especiais.

             Humano demasiado humano como teorizou Nietzsche. O filósofo de Nascimento da Tragedia. E de tragedia estamos cheios, chateados, procurando entender algumas coisas da vida que na verdade não tem como entender. E sendo coisas do coração, título duma música do rei do roque brasileiro, Raul Seixas, é mais difícil ainda. Coisas da vida.

             Lendo hoje um texto da escritora e jornalista, Eliane Brum, sobre como o presidente (a presidente não existe) do nosso Brasil, Dilma Rousseff, anda tratando o caso de Belo Monte, como um qualquer, caiu-me os queixos de angústia e tristeza. A nossa presidente está com planos (que já acontecem na prática) de construir uma hidrelétrica nesta região. O que naturalmente ocasionará uma destruição completa dessa zona habitável por seres animais e humanos. Será, como li no belo texto de Brum, uma agressão fatal ao planeta. Não simplesmente ao Belo Monte, mas a Amazônia, que é o pulmão do Mundo.

             Com um teor filosófico, ela tocou no assunto bem e mal. Por quê? Porque a Dilma sendo mulher, todos acham que ela não pode ser má. Pode. Como qualquer humano. E essa maldade toda, ela está fazendo, ao ignorar pessoas que tentaram conversar com a senhoria sobre a construção dessa hidrelétrica numa região onde moram corações. Sentimentos.

             Dona Antonia Melo, a principal liderança contra a construção dessa hidrelétrica em Belo Monte, foi ignorada em 2004 pela ministra de Minas e Energia da época, Dilma Rousseff. Pela "mãe do PAC" como chamou o presidente Lula em um comício. Fato este que eu testemunhei pelos jornais. Dona Antonia Melo disse que chegando no gabinete da ministra, o que ela ouviu de Dilma foi um murro na mesa, e as palavras:  "Belo Monte vai sair". Só. Nada mais. Puro autoritarismo de Dilma.

             Eu acredito nas palavras ditas por dona Antonia Melo de que Dilma Dinamite deu um murro na mesa e disse as palavras "Belo Monte vai sair". Eu acredito na escrita de Eliane Brum. Eu acredito porque aqui neste país quem tem dinheiro no bolso, tem poder. Quem tem poder por aqui, tem tudo. Consegue tudo. Eu acredito porque os maiores bandidos desse país, não são presos. Eu acredito porque nosso país é o berçario da impunidade internacional.

             E acredito ainda mais porque Dilma tem um passado que não foi exposto ao povo brasileiro. Quem foi realmente Dilma? Eu não sei. Recebi alguns emails no ano passado, no período das propagandas políticas, com fotos de Dilma Rousseff. Alguns textos dizendo que Dilma era terrorista e blá blá. Coisas que na ditadura não presenciei, mas que deveria acontecer. E depois com o fim da ditadura, vivemos uma. Só que dessa vez, com o nome fantasia: "Democracia".

             José Sarney está no poder do senado brasileiro desde 1985. Ano em que nasci. Como se explica isso? Existe inclusive um livro que conta a vida desse coronel que se chama Honoráveis Bandidos.

             Voltando a questão de Belo Monte, do Brasil e do Mundo, as primeiras destruições que estão sendo causadas por causa da construção da hidrelétrica, já podem ser percebidas. Na coluna de Eliane Brum, tem uma foto bizarra com quatro pequenos coletores de lixos, para que as pessoas coloquem os devidos nelas. Enquanto atrás dessas, a destruição, destrói o meu coração. O que deixaremos para o futuro do planeta? Vivemos num inferno. Não no paraíso. Pagaremos por tudo que fizermos. Independente do sexo.

             A primeira mulher presidente do Brasil, que semana passada foi a primeira a abrir a Assembleia Geral da ONU, não é fiel a sua teoria: "Junto minha voz às vozes das mulheres que ousaram lutar, que ousaram participar da vida política e da vida profissional, e conquistaram o espaço de poder que me permite estar aqui hoje”. Ela não ouviu Antonia Melo, brasileira, moradora de Altamira, Pará. Não ouviu também 1.800 pessoas, que foram para Brasília em Março deste ano, para conversar com o presidente. Foram recebidas pela tropa de choque. Conta Ana Alice Santos, paranaense que mora na Amazônia desde os seis anos de idade. Essa tropa que com certeza foi chamada e autorizada pela qual nos representará ainda por mais 3 anos.