quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

ENCONTRO DE ARTES


Arte de Carlos Meinardi



O tempo cinza. Pessoas a caminhar para frente, para trás e para os lados no Centro de Porto Alegre. Uma confusão. Corre-corre de caminhar. Os ônibus e carros que trafegavam pelo local pareciam estarem em Tarumã. Absurda estupidez onde o limite de velocidade é de menos 80 km/h. Desde do convite dessa pessoa eu fiquei ansioso, com as mãos suando. Imaginando mil coisas. Perguntando-me:

-Vou conhecer esse artista da pintura? Vou?

Risos do nada brilhavam e ainda brilham no meu rosto por ter conhecido esse ser humano fantástico. Simples como talher, garfo, prato. Simples como suas palavras, seus olhares. Simples como o seu pisar. Simples como poucos.

Ele falou de suas pinturas. E eu falei de minhas poesias. Ele me explicou com todo o amor, sobre suas obras. Que horas uma delas surgiu. Que tentou refazer algumas novamente e não conseguiu. Que o que ele faz muitas pessoas não entendem. Mas ele entende e tem toda a liberdade e vontade do mundo em explicar o significado da arte que faz. Ele me falou sobre suas obras de artes sem custo nenhum nesse ambiente rodeado por dinheiro. Onde tu paga e recebe. Ou se não paga, não recebe. O que vivi não tem preço que pague.

Falei de meus poemas para ele. "Um poema que escrevi (Choro) surgiu quando eu estava no sofá de casa, num fim de tarde, a visualizar aquele céu azul, sem nuvem e o Sol brilhando, quando vi meus olhos embaraçar. Daí surgiu esse poema 'Choro'", disse a ele. "Lá em casa eu sou a 'ovelha negra' no bom sentido", comentei para ele. "Sou o ovelha negra, pois sou o único que tem o hábito da leitura em casa." Que meus irmãos e minha mãe não lêem. Que quando eu tinha 13 anos eu já escrevia poemas apaixonados para as gurias. Embora eu não me lembre se eram poesias. Mas sei que eram inspiradas em músicas que ouvia.

Nosso encontro foi mágico. Um presente de Natal. Foi comemorado com palavras e atenções em cada gota de fogo que era expelida pelos dois. Olhares verdes se fecharam. O pudim, o bolo de coco, o suco de laranja, deixaram a troca de novidades, dos dois, mais doce do que já estava sendo.

Tive o prazer imenso, inexplicável de conhecer Carlos Meinardi. Pintor gaúcho. Um ser humano de grande alma. Uma grande obra feita pela natureza. Qual ficará eternamente em mim.




Marcos Seiter

8 comentários:

Daniel F. Gontijo disse...

Volto logo... com algumas pinturas de algodão.

Camila disse...

"Sou o ovelha negra, pois sou o único que tem o hábito da leitura em casa."
E eu também, viu... mas eles acham bacana eu ser assim.

É muito bom conhecer alguém que a gente admira, né!

Beijo

Kari disse...

E eu já te disse que fiquei muito feliz com esse encontro, né?
E que amo muito todos os teu poemas?
Ainda quero conhecer esse artista junto com o meu poeta!!!

Beijão em tu

Nanda Nascimento disse...

Olá Marcos,

Que momento bacana este, bela oportunidade .

Obrigada pelas palavras no jardim e segunda ficarei atenta o dia inteiro *rs*.

Um ótimo final de semana para ti e boa viagem!

Luiz Roberto Lins Almeida disse...

que bom, pois às vezes é desestimulador conhecer alguém de quem se admira o trabalho

Αιακοσ Επυαλιοσ disse...

Deve ser ótimo conhecer alguém que admiramos, im ídolo. Infelizmente nunca tive tal oportunidade.
Obrigado pela visita, que bom que gostou daquele texto ^^

Abraços.

∆٭♥∞

Flávia disse...

Conhecer essas feras é um privilégio, né? A gent enche o peito de beleza...

Beijos!!

Dani disse...

Esses presentes são aqueles que a gente carrega no coração para o resto da vida...
Tua felicidade dá pra ser sentida e é muito bom.
;)