segunda-feira, 16 de março de 2009

CARTA PARA A MINHA QUERIDA - III

Arte de Waldomiro de Deus

Marcos Seiter

Querida, ando morrendo de saudade de ti. Não imaginava o tamanho dessa saudade que eu ando sentindo. Tu se tornou a minha sombra. A minha real companhia.

Saudade de beijar-te todas as manhãs, tardes e noites. Sentir sobre meus lábios teu beijo de hortelã, de laranja e de morango. Um sabor de beijo para cada turno.

Saudade de sentir tuas mãozinhas sobre mim. Sobre minhas mãos, pernas e rosto. Sinto-me protegido com elas nessas três partes. Forma um desenho dum diamante quando tu toca em minhas mãos, pernas e rosto, com tuas mãos. Seus dedos ficam marcados na minha memória, por serem pequenos e por tuas unhas serem enfeitadas. Cintilantes em dobro sobre meus olhos elas ficam.

Saudade de abraçar-te e não deixar nenhum espaço vazio em teu peito. Ficar colado em ti. Procurando sentir as batidas do teu coração. Imaginação fértil a minha, ao te abraçar fortemente, procurando sentir as batidas do teu coração, sendo que o meu coração faz um barulho imenso e dominante dentro de mim, impedindo que eu sinta o seu em meu peito. Dois corações no mesmo ritmo, isso sim.

Saudade de formar contigo duas caras gêmeas. A minha e a tua. Grudada por imãs em nosso interior facial. Não uma virada para cada lado, como no zodíaco. Mas as duas do mesmo lado. Quase se beijando. Quebrando a lei do zodíaco. Quebrando a ordem de Gêmeos. Dois sexos diferentes. Duas atrações.

Saudade de aproveitar ao mesmo tempo que nossos rostos fiquem colado, olhar bem fundo em teus olhos de lago, e aproveitar para namorá-los. Como o Sol faz com a Natureza em si.

Saudade de encostar meu nariz no seu. Deixá-lo em atrito. Como a caixa-de-fósforo faz com o palito-de-fósforo. O palito é para incendiar. Não há incêndio no nosso atrito. Porém, há carinho, paixão. Não há necessidade de ir ao centro de queimaduras, mesmo não querendo que pegue fogo nosso atrito, para tratar das queimaduras. É inevitável negar fogo. É fogo na certa. Vermelhos eles ficam.

Saudade de tocar-te pele a pele. Nada mais, nada menos. Pele a pele. Sentindo o cheiro da flor. Sentindo o teu corpo presente em mim. Ao vivo. Tu és a multidão dum show de rock. Empurrando para cá e para lá, eu. Tu não empurras. É claro. Mas a sensação é a mesma. Inesquecível e cheia de saudade.

Querida, saudade é viver.

Beijos com gosto de hortelã, já que são 02h:39min da manhã.

Um comentário:

Kari disse...

É bom saber que alguém sente saudades da gente, mostra que gostam de nós e que nos querem por perto...

Linda carta, meu bem e, acredite, emocionante de se ler...

Beijos,
com gosto de morango!