sábado, 12 de fevereiro de 2011

Terceiro Arquivo Blogs Abril - Ontem a noite

             Foi ontem. Nos encontramos do nada. Estava com os meus amigos num barzinho curtindo uma cervejada e o samba que rolava ao vivo. Era samba de primeira. De raiz. Como Cartola e outros que privam em não deixar morrer o que é trabalhado, o que é construido com amor.

             Fiquei a maior parte do tempo sozinho. Meus amigos( que são dançarinos da hora) ficaram dançando. Enquanto eu, que não danço nenhum por cento, depois de ter ingerido muito álcool, me recuperava com dois pastéis de carne vendidos no local da zueira. Comi-os e fiquei ouvindo e observando o movimento.

             Nestes tempos ficava cuidando do horário que se arrastava. Uma hora, uma e vinte, uma e meia da manhã e nada de chegar as seis. Estava com sono e sentando numa cadeira, o sono vinha com força. Mas meus amigos não deixaram que eu dormisse.

             Não bebi mais depois que comi os pastéis. Não conseguia ingerir nenhum ml de álcool. Não estou mais naquele lance de beber e beber para deixar de ser careta. Estou conseguindo equilibrar o que faço com ou sem álcool na veia. Ando aproveitando mais com essa minha briga interna que provoquei com os meus sentidos.

             Mas nesta noite algo me aguardava. Nem imaginava. Nem pensei em que ia te fisgar naquele ambiente louco. Estávas com meus amigos e eu isolado. Quando cheguei próximo a ti, nem a olhei. Um amigo que fez a parte em te apresentar. Disse meu nome e tu me disse seus dois. Fiquei confuso. Mas o que quero saber de nomes? Não me interessa.

             Cheguei perto de ti com jeito e a beijei. Foi uma coisa rápida. Nada de lero-lero. Conversamos um pouco e tocamos os lábios que ferviam.

             Nesta noite lembrei de alguns poemas de Drummond. Como " O mundo é grande". E eu o recitei como: O mundo é grande e não cabe na minha mão. Erradamente. Realmente não cabe. Recitei este poema com álcool na mente e depois parei. Aproveitei para sentir seus lábios e depois dali partimos para um outro bar.

             Chegando lá, partimos para um canto reservado aos amassos. Como fora tempo que não devorava uma boca, aproveitei muito. Os beijos foram esquentando nossos corpos que tu colocou as duas pernas sobre as minhas coxas. Quase estávamos se comendo. Agarrei-a com força que o tesão surgiu.

             Do bar que estávamos resolvemos ir há um lugar mais aconchegante. Partimos para onde Deus quisesse. E foi como ele quis. Arranhou minhas costas com suas unhas. Sentiu meu peso sobre seu frágil corpo. O peso do mundo estava sendo dividido em verso e prosa, como a vida. Meu gozo, meu prazer
. Quero mais!

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