
Mas bem, esta revelação da pesquisa feita pela ONG Todos pela Educação, fez com que eu voltasse ao meu tempo de estudante fundamental, onde eu ignorava totalmente a leitura e a escrita, e resolvia me puxar somente em Matemática, Estudos Sociais e Biologia. Lembro-me muito bem que eu tinha nojo de Português. Nojo da leitura. Mas não ligava para os conselhos de meu amigo Valmir (in memorian) que sempre falava para eu ler e escrever cada vez mais. Ele não cansava. Repito: não cansava de ficar em cima de mim para que eu escrevêsse uma redação decente, correta, com as concordâncias certas, com a pontuação no seu lugar. E essa cobrança saudável rendeu resultados que hoje estou aqui relatando algo de meu tempo de escola.
Estudei o meu ensino fundamental e médio em escolas públicas estaduais. A primeira delas foi na escola Travassos Alves, na Rua Chácara dos Bombeiros, localizada na Zona Leste da Capital de Porto Alegre, próximo a Coreia. Dei os meus primeiros passos nas letras, nos números, nos mapas e na História. Tive a minha primeira paixão. O nome dela eu não lembro mais. Não cheguei a entrar no Jardim. Fui direto para a primeira série. Rodei. Mas passei em todas e fiquei até a quarta série nesta instituição. Um total de 5 anos. A segunda delas foi a escola Dr. Martins Costa Júnior, na Rua Dona Firmina, também na Zona Leste e ambas próximas da minha casa. Frequentei da quinta até a oitava série. 4 anos. Tive a segunda paixão. Essa eu lembro o nome: Tatiana. Não tenho mais notícias dessa paixão desde quando estudávamos juntos. De lá parti para o famoso ensino médio. Frequentei duas escolas neste período. A primeira foi o Otávio Rocha, que fica na Guilherme Alves, bem próximo ao Morro da Conceição. Meu tempo nesta escola foi curto: 6 meses, e duas paixões: Priscila e Daiane. Saí dessa escola para poder trabalhar e me transferi para o Apeles Porto Alegre, turno da Noite, essa no Bairro Santana, na Rua São Manoel. Lá fiquei até a 3° série do 2° ano (ensino médio). 3 anos e uma paixão. Lisiane.
Não fiquei com nenhuma dessas paixões nestes tempos de estudante fundamental e médio.
Se eu tivesse (pode ser que sim ou não) gostado de ler e escrever nesta época, talvez teria mais sucesso com as gurias. Mas não aconteceu. Lamento? Não.
Mas voltando ao primeiro parágrafo deste texto que aponta que quarenta e quatro por cento dos estudantes chegam a quarta série sem saber ler e escrever corretamente, enquanto o governo não tratar a educação com seriedade, existirá isso. Como estamos carecas de saber, a diferença social existirá enquanto a população de baixa renda não ganhar uma educação de primeiro nível.
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Entre o ensino público e o privado a diferença é absurda. Vamos adiante. Somos brasileiros. Teremos milhões, bilhões para investirmos na Copa do Mundo que sediaremos em 2014. Essa preocupação governamental é vã. Eles ganharão mais grana com um povo ignorante, que não lê. O caminho para o sucesso de um país está na leitura.
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Por favor, professores, não vamos obrigar aos alunos lerem obras complexas da nossa bela e formidável Literatura. Porque neste período que relatei no texto, uma das coisas que me levava a ter nojo (hoje não existe) da leitura era por ler textos difíceis que me deixavam sem entender nada. Não destruam as paixões deles.
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