terça-feira, 15 de novembro de 2011

Uma escrita

             Quando participei pela primeira vez de um curso de arte, envolvendo a escrita Crônica, foi de uma grandiosidade o conhecimento adquerido com pessoas que gostam de ler e escrever como eu.

             Foi entre março à junho de 2009 que realizei a oficina de  Crônicas ministrada pelo poeta e escritor Fabrício Carpinejar no Studio Clio, aqui em Porto Alegre. No bairro Cidade Baixa.

             Durante todo o curso, que acontecia uma vez por semana, toda terça-feira, eu não consegui escrever uma Crônica sequer. Mas procurei escrever algo que chegasse próximo a ela. É difícil. Mas tentei. E desde lá, procuro utilizar o que aprendi nas escritas que faço.

             Então, a minha primeira escrita que fiz no curso, foi sobre o Maluco Beleza. Título qual que me veio na mente através da canção de Raul Seixas. Não foi uma Crônica que consegui escrever. Mas uma Poesia. Eu confirmo com a afirmação dita pelo Carpinejar. Fiquei muito feliz. Confiram: 

Maluco Beleza

             Maluco beleza sou. Meus olhos. Meus pés. Minhas unhas. Minhas sobrancelhas. Minhas mãos. Minha boca.


             Meus olhos abrem e fecham o tempo inteiro. Não é a toa que o apelido deles é piscapisca.


             Meus pés pisam sem ver o que pisam. Se eles tivessem o poder dos olhos, não existiria, sem sombra de dúvida, vítimas de mina terrestre.


             Minhas unhas brigam comigo e com o meu cortador de unhas. Não é a toa também que a corto.


             Minhas sobrancelhas são os meus farois. É preta. Sempre fico atento para que nenhuma queime, saia de descontrole.

             Minhas mãos agarram meus desejos.

             Minha boca é louca. Ela é a portavoz da minha beleza.

             Assumo: Maluco beleza sou.

Nenhum comentário: