quinta-feira, 26 de junho de 2008

Tum tum

Com as batidas do meu coração,
procuro me livrar da solidão.
Que de companheira tem o silêncio
e o meu desgosto cheio do não.

Entre uma batida e outra,
tento relaxar numa reflexão.
Ou fico perdido com a paz,
diante da presente
ilusão.

Dos caminhos que encontrei,
nenhum escolhi.
Que graça teria saber por onde ir.
Ao mesmo seria saber que humano eu viria a ser:

Terráqueo de pernas tortas.

Diante do bem e do mal,
Do amor e do desamor,
Da alegria e da tristeza,
Do afeto e da frieza,
Do bem-querer e mal-querer,
Eu vivo.

Restos de um girassol um dia serei.
Não me conheceram como um rei.
Mas de fato saberão que humano eu fui.

Que não sabia de nada.
Nem de suas sombras amadas,
que humano viria a ser por um tempo.

As batidas do meu coração seguirão como o vento.
Que será invisível aos olhos de outro humano,
que não usar o seu próprio coração para sentí-lo.

Com armas da maldade não chegará a visão.
Apagará a luz que restará de sua chama cor-de-fogo.
Aquecer seus pés neste mundo será a primeira missão.
Depois ficará a mercê do sim e do não.




Marcos Seiter

12 comentários:

Kari disse...

Acho que, de certa forma, estamos todos a mercê do sim e do não... E não depende apenas de nós...

Que poesia em guri?
Uma reflexão sobre a vida como um todo... O que acontece no hoje, como acontecerá no amanhã e o que nos trouxe aqui... Adorei!!!!

É por essas e outras que tu és o MEU poeta preferido!!!!

Um beijão em tu!

Cláudia I, Vetter disse...

Que bela poesia meu caro!
Gostei bastante!

Pela essência lembra Fausto de Goethe; livro magnífico!

;*****

Se cuida!

Adriano DiCarvalho disse...

Ual! Que poesia mais profunda, misteriosa e direta! Vou... Nem sei! Vou le-la novamente algumas outras vezes e tentar digeri-la aos poucos, em partes, ate que possa compreender o sabor agri-doce que me pareceu ter... Entao, ai, eu volto e digo. Se ainda estiver disposto a ouvir...rs

Abs.

Br disse...

Oi, passei por teu blog.
Gostei muito do poema(rs) ...Restos de um girassol um dia serei...

Bjos

Camila disse...

Que lugar bacana!
"Dos caminhos que encontrei,
nenhum escolhi.
Que graça teria saber por onde ir."
Concordo demais!
Tanto gosto de caminhos incertos(?) que dei este nome ao meu blog "Caminhos".
Bela poesia...
Uma dúvida: vc é o ser de pernas tortas?! ;)
Beijo
=)

Flávia disse...

você já ouviu "O Velho e o Moço", do Los Hermanos? Cara... cai como uma luva nesse teu poema.

Gostei muito.

Beijos;)

Érica disse...

Ótimo texto. Adorei.
Sem dúvida é isso que a vida tem de melhor a nos oferecer, as escolhas, por onde queremos passar.

Beijão Marcos.

Adriano DiCarvalho disse...

Meu caro e célebre poeta e amigo, deixei um presente pra ti lá no meu(nosso)canto. Passa pra buscar quando puder!

grande abraço!

Carol Xavier disse...

que delícia de poema.

Nanda Nascimento disse...

...e assim vamos vivendo, sempre em meio de sentimentos distintos e de grandes escolhas.

Excelente!!!

Beijos Marcos e flores!!

Alexandre Hallais disse...

E aeee?
Será que devo postar o conteúdo do e-mail que te enviei? Não? Desnecessário? Esse poema é um trilho de felicidade nestes dias perdidos e sem fim.

Um beijo no coração!

Do irmão

camila gouveia disse...

oi! bah,que poesia é esta q tira o ar da gente? Que nos faz acreditar na beleza da incerteza e na certeza da dúvida? Estou com saudade de conversar sobre a vida com vc, comento teu textos e vc nem me manda e-mail, né?

ah, nao sei se lembra, eu sou aquela chata q vc conheceu no marinha...

bjs