domingo, 15 de fevereiro de 2009

CARTA PARA A MINHA QUERIDA - II


Marcos Seiter


Eu fico te olhando como quem não quer nada. Mas quero. Não sei o que quero. Mas quero algo contigo. Tu tens a beleza da Paz e o tempero certo do prato, que na cozinha de um chefe Francês tem. Tu tens a beleza do céu Azul de Porto Alegre.

Os dedos de minhas mãos coçam a um certo tempo. A espinha que brota na beirada da maça de meu rosto cutuca-me. Eles parecem dizendo, com essa coceira e cutuco, para que eu escreva algo para ti, já que minha alma necessita despejar para fora o que sente, o que pensa.

Então lá vai:

Vivemos num mundo louco. Louco de alegria. Louco de tristeza. Eu vivo num mundo louco de felicidade. E por um alguém. Tu.

Se fico sem falar contigo nas primeiras horas da manhã, de cada dia, já entro em desespero. Não é um desespero doentio, que flagela vários namoros, romances. Mas é um desespero de saber como tu estás, como tu vai. É um carinho.

Aprendi no tempo em que estamos juntos, a não me desesperar como antes. Logo no início de nosso namoro eu ficava uma manhã inteira, se tu não me mandava algum email, entrando no mesmo a cada cinco minutos. Era torturante e angustiante. E eu não reparava nesse mal que fazia para mim mesmo. Mas o mal, muitas vezes vem para o bem. Como veio para nós dois.

Agora espero com tranquilidade o teu sinal de vida. E ele surge como uma borboleta.

Está certa que as vezes não levo meu celular junto comigo para o serviço. Daí ficamos incomunicáveis. Não gosto de andar com muitos objetos colado em mim, ainda mais com celular ou relógio de pulso. Relógio de pulso que não uso, pois gosto de ser escravo do tempo. Gosto de vivê-lo sem contagem regressiva.

Já faz quase um mês que nos tocamos pele a pele. Mas sinto ainda tua pele enconstando na minha, teu cheiro, beijos, abraços e vozes. É algo alucinógeno e neste caso existe precedentes não criminais. Tu. A responsável por me fazer sorrir e viver um mundo que não saberia se iria viver. Ainda mais que acreditava que um namoro era como de novela. Onde é tudo perfeito. Sem erros. Onde o gurizinho leva flores para a guriazinha e diz que a ama. E ela acaba dizendo o mesmo.

Digo-te que não te digo que te amo, pois eu nem sei o que é direito o amor. Mas digo-te que te adoro, pois eu sei que te adoro.

E eu adoro o teu jeito. Adoro teu sorriso. Adoro tua fala. Adoro teu sotaque. Adoro tuas novidades. Adoro tuas mãos. Adoro teus pezinhos. Adoro teus braços. Adoro teus cabelos. Adoro tuas unhas lindas de rosa, vermelho ou com um leve esmalte transparente, já que me fugiu o nome de minha memória louca. Minha memória é louca. Assim como eu.
Mas de cima dessa loucura, eu sei que te adoro. Assim como sei que, i love you, é também, além de eu amo você, eu te adoro em inglês.
Beijos pra ti com sons de Bem-te-vi, querida!

4 comentários:

Nanda Nascimento disse...

Uau!

Creio no poder das cartas, elas trazem muito mais do que as palavras, são envolvidas de sentimentos.

Sua querida vai amar...

Beijos e flores!

Kari disse...

Quando o esmalte é transparente, é porque está pintado do que chamo de "francezinha".

Linda carta, Meu Bem!

Beijos!

Anônimo disse...

Se eu recebesse uma carta dessa, acho que me derreteria, e não mais existiria. Lindo *-*

;*

Camila disse...

Ai que linda carta e mais bela declaração.

Marcos, muito obrigada pelas palavras de carinhos. Não foi este ano que meu avô faleceu, mas ele está fazendo tanta falta.
Muito obrigada pelo carinho de vocês.

Beijos querido!