sábado, 9 de abril de 2011

Crônica de um bêbado

Sexta.


Toda sexta é dia da saideira com os amigos para um bar.


Fui.


Eu e mais dois amigos.


Bebemos, rimos e dançamos. A noite sempre é misteriosa.


Falamos sobre mulheres. Olhamos e paqueramos várias.


Dançamos todos os sons. Exceto rock e reggae que o local não tocava.


Ficamos até uma 00h:30 na General Pub.


Ontem Porto Alegre não fazia frio a noite. Estava com um clima ótimo.


Saímos de lá e cada um para o seu lado.


Cheguei na parada de ônibus e lembrei que o último da linha que utilizo fora sair 00h:30.


Liguei para minha casa para confirmar se eu estava correto. Estava.


Fui a um ponto de táxi e perguntei quanto que daria a corrida até o Partenon.


- Eu vou pelo taxímetro.

-Ok!- respondi.


Tomei uma decisão: vou ir a pé embora.


E fui.


Caminhei uns oito quilômetros para chegar em casa.


Deixei a noite me levar. Deixei que o prazer daquela aventura me tomasse por completo.


Não pensei em mais nada. Quer dizer, pensei nas coisas que acontecem comigo. Falei com o vazio todo o caminho até em casa. Estava neste instante sobre o efeito total do álcool. Mas nada fugia do que sentia e deixava de sentir.


Na banda tinha tomado muita cerveja.


Pensei em alguns poemas como acontece sempre. E no caminho me deparei com várias pessoas.


Teve um homem que me acompanhou por um tempo na caminhada.


Dizia que estava em regime semi-aberto e não era pedreiro. Pedreiro para quem não sabe é o usuário de crack. Me pediu alguns trocados. Disse que não tinha.


Segui o meu caminho.


Ele ficou para trás.


Foi assim a sexta de ontem. Estranha, misteriosa como a vida.

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