sábado, 1 de outubro de 2011

O mesmo sentimento de Brum



        

São palavras escritas e transcritas por mim depois de ler um texto de Eliane Brum sobre o caso de Belo Monte. Onde está sendo construída uma hidrelétrica que acarretará em mudanças trágicas para os moradores locais, e consequentemente para a natureza. Reforço e compartilho o mesmo sentimento de Brum.
            

             Olha, no meio de tanta loucura desse mundo mágico e ao mesmo tempo, assustador, eu paro aqui para escrever e compartilhar com aqueles poucos que me lêem, as ideias que estão perturbando o meu ser. É uma perturbação ótima. Ter ideias para serem postadas em qualquer canto que seja é uma prova do quanto somos especiais.

             Humano demasiado humano como teorizou Nietzsche. O filósofo de Nascimento da Tragedia. E de tragedia estamos cheios, chateados, procurando entender algumas coisas da vida que na verdade não tem como entender. E sendo coisas do coração, título duma música do rei do roque brasileiro, Raul Seixas, é mais difícil ainda. Coisas da vida.

             Lendo hoje um texto da escritora e jornalista, Eliane Brum, sobre como o presidente (a presidente não existe) do nosso Brasil, Dilma Rousseff, anda tratando o caso de Belo Monte, como um qualquer, caiu-me os queixos de angústia e tristeza. A nossa presidente está com planos (que já acontecem na prática) de construir uma hidrelétrica nesta região. O que naturalmente ocasionará uma destruição completa dessa zona habitável por seres animais e humanos. Será, como li no belo texto de Brum, uma agressão fatal ao planeta. Não simplesmente ao Belo Monte, mas a Amazônia, que é o pulmão do Mundo.

             Com um teor filosófico, ela tocou no assunto bem e mal. Por quê? Porque a Dilma sendo mulher, todos acham que ela não pode ser má. Pode. Como qualquer humano. E essa maldade toda, ela está fazendo, ao ignorar pessoas que tentaram conversar com a senhoria sobre a construção dessa hidrelétrica numa região onde moram corações. Sentimentos.

             Dona Antonia Melo, a principal liderança contra a construção dessa hidrelétrica em Belo Monte, foi ignorada em 2004 pela ministra de Minas e Energia da época, Dilma Rousseff. Pela "mãe do PAC" como chamou o presidente Lula em um comício. Fato este que eu testemunhei pelos jornais. Dona Antonia Melo disse que chegando no gabinete da ministra, o que ela ouviu de Dilma foi um murro na mesa, e as palavras:  "Belo Monte vai sair". Só. Nada mais. Puro autoritarismo de Dilma.

             Eu acredito nas palavras ditas por dona Antonia Melo de que Dilma Dinamite deu um murro na mesa e disse as palavras "Belo Monte vai sair". Eu acredito na escrita de Eliane Brum. Eu acredito porque aqui neste país quem tem dinheiro no bolso, tem poder. Quem tem poder por aqui, tem tudo. Consegue tudo. Eu acredito porque os maiores bandidos desse país, não são presos. Eu acredito porque nosso país é o berçario da impunidade internacional.

             E acredito ainda mais porque Dilma tem um passado que não foi exposto ao povo brasileiro. Quem foi realmente Dilma? Eu não sei. Recebi alguns emails no ano passado, no período das propagandas políticas, com fotos de Dilma Rousseff. Alguns textos dizendo que Dilma era terrorista e blá blá. Coisas que na ditadura não presenciei, mas que deveria acontecer. E depois com o fim da ditadura, vivemos uma. Só que dessa vez, com o nome fantasia: "Democracia".

             José Sarney está no poder do senado brasileiro desde 1985. Ano em que nasci. Como se explica isso? Existe inclusive um livro que conta a vida desse coronel que se chama Honoráveis Bandidos.

             Voltando a questão de Belo Monte, do Brasil e do Mundo, as primeiras destruições que estão sendo causadas por causa da construção da hidrelétrica, já podem ser percebidas. Na coluna de Eliane Brum, tem uma foto bizarra com quatro pequenos coletores de lixos, para que as pessoas coloquem os devidos nelas. Enquanto atrás dessas, a destruição, destrói o meu coração. O que deixaremos para o futuro do planeta? Vivemos num inferno. Não no paraíso. Pagaremos por tudo que fizermos. Independente do sexo.

             A primeira mulher presidente do Brasil, que semana passada foi a primeira a abrir a Assembleia Geral da ONU, não é fiel a sua teoria: "Junto minha voz às vozes das mulheres que ousaram lutar, que ousaram participar da vida política e da vida profissional, e conquistaram o espaço de poder que me permite estar aqui hoje”. Ela não ouviu Antonia Melo, brasileira, moradora de Altamira, Pará. Não ouviu também 1.800 pessoas, que foram para Brasília em Março deste ano, para conversar com o presidente. Foram recebidas pela tropa de choque. Conta Ana Alice Santos, paranaense que mora na Amazônia desde os seis anos de idade. Essa tropa que com certeza foi chamada e autorizada pela qual nos representará ainda por mais 3 anos.  

Nenhum comentário: