Quando participei pela primeira vez de um curso de arte, envolvendo a escrita Crônica, foi de uma grandiosidade o conhecimento adquerido com pessoas que gostam de ler e escrever como eu.
Foi entre março à junho de 2009 que realizei a oficina de Crônicas ministrada pelo poeta e escritor Fabrício Carpinejar no Studio Clio, aqui em Porto Alegre. No bairro Cidade Baixa.
Durante todo o curso, que acontecia uma vez por semana, toda terça-feira, eu não consegui escrever uma Crônica sequer. Mas procurei escrever algo que chegasse próximo a ela. É difícil. Mas tentei. E desde lá, procuro utilizar o que aprendi nas escritas que faço.
Então, a minha primeira escrita que fiz no curso, foi sobre o Maluco Beleza. Título qual que me veio na mente através da canção de Raul Seixas. Não foi uma Crônica que consegui escrever. Mas uma Poesia. Eu confirmo com a afirmação dita pelo Carpinejar. Fiquei muito feliz. Confiram:
Maluco Beleza
Maluco beleza sou. Meus olhos. Meus pés. Minhas unhas. Minhas sobrancelhas. Minhas mãos. Minha boca.
Meus olhos abrem e fecham o tempo inteiro. Não é a toa que o apelido deles é piscapisca.
Meus pés pisam sem ver o que pisam. Se eles tivessem o poder dos olhos, não existiria, sem sombra de dúvida, vítimas de mina terrestre.
Minhas unhas brigam comigo e com o meu cortador de unhas. Não é a toa também que a corto.
Minhas sobrancelhas são os meus farois. É preta. Sempre fico atento para que nenhuma queime, saia de descontrole.
Minhas mãos agarram meus desejos.
Minha boca é louca. Ela é a portavoz da minha beleza.
Assumo: Maluco beleza sou.