Não nasci do amor romântico

Não nasci do amor romântico
Nem de parto normal!
Sou fruto de um buquê de rosas vermelhas
Entregues com um cartãozinho careta,
De uma ação exemplar.
Das centelhas e centenas de palavras bonitas

Sou a conclusão de uma relação carnal .
Então nasci, estou aqui!
No país do oba-oba.
No país do carnaval.

Pronto para esquartejar o amor.
Parti-lo em pedaços.
Servi-lo em pratos plásticos
Marmitas prateadas.
Em sacos de lixo preto que encobrem os corpos
No calçadão do Leblon.

SOU UM GOZO !!!
Aliás, todos somos!!!
É pra isso que vivemos,
Pelo gozo, para o gozo.
Gozemos!!!
Gozemos da vida.
Gozemos do conformismo.
Gozemos da hipocrisia.
Gozemos dos preconceitos.
Gozemos da apatia.
Gozemos do amor,
Pois no fim o amor é só uma gozada.

Andamos tão apáticos que só temos coragem para aplaudir.
Em tempos assim meus amigos,
É preciso Ter sorte para não depender do mais forte
E é preciso ser forte para não depender só da sorte.

A vida sem arte é morte.
Sem arte a realidade mata.

E para se acabar com um sistema é preciso conhece-lo
Profundamente, alimenta-lo como se alimenta um porco
Que não sabe que mais tarde será servido no jantar.
Não se combate um sistema, mostrando quem é o alvo.
O alvo não pode saber que é o alvo, ora bolas!!!
O sistema é um sistema, não é um teorema.

O Brasil é um precipício
E pelo visto, sempre foi assim!!!

Ajudando a desafinar o coro dos contentes.
Daquele velho anjo torto e muito louco
Que por aqui um dia esteve.

Tico Sta Cruz

Ps: Poesia lida pelo mesmo no dia, vinte um de setembro, de dois mil e seis. Foi num show realizado aqui em Poa, no bar Opinião. Quando ouvi no show e li no site esta poesia me abriu a cabeça. Me ajudou muito a compreender melhor esta realidade que vivemos e que eu vivi. Eu nasci,sim, dum amor romântico. Aliais, era um romântico. Agora que se dane o romance do romântico! Que se dane o romance da romântica! No mais sublime namoro que vivi, que enfrentei, percorri diversos caminhos. Sabendo nem um pouco aonde eu estava, aonde eu freqüentava. Mas tu não vivia um romance daqueles românticos?
Não, vivia um romance de romance! Não entendo, mas que romance? Namoro, amizade, brincadeiras e pegações! Estranho nem um romance!
Não,só pegação e pegação!
Não,só come e come ali!

Não! Romance não!

Não sou mais o mesmo do mesmo de dois anos atrás. Vivo a minha vida do jeito que eu quero, do jeito que eu desejo, e ela é assim: Não têm rosas nem flores! Não têm espinhos e nem vizinhos que ficam me cuidando.
Não tenho sentimento romântico e nem arrependimento no que faço!

Não tenho nada!

Às vezes dá uma falta dela em meus braços. Sinto os seus cabelos de índia no meu rosto.Adorava quando ela colocava, eles, molhados na minha face e como.........Mas não sou o mesmo!
Ando numa amargura. Alguma coisa me corrói por dentro. Não sei nem um pouco o que é! Deve ser por causa dessa mudança de personalidade?
Não sei! Na minha vida sei muito pouco de mim. Descubro quando venho aqui e coloco alguma coisa pra fora e pronto. Poderia estar vendo um filme porno no dvd ou aqui mesmo, no computer. Mas não sou o mesmo! Vou lá e bato aquela de adolescente e pronto gozei.
Depois da gozada, tudo volta ao normal, e com o tempo tem outra. Somos assim e continuaremos esse ciclo até o fim de nossas vidas. Necessidades humanas, lembras?

Mas eu nem ligo mais pra isso!
Não tenho mais aquela vontade!

Será que eu estou em depressão, como Roland Castro?
"Quem conhece ele, sabe do que estou falando!"

As coisas na minha vida andam acontecendo sem eu notar. O tempo anda tão rápido e que certas vezes me senti o próprio vento. Estava viajando. A estrada era o vento!Estava numa estrada longe, longe daqui. Nesta estrada tinha uma coisa -que sei agora-que está dentro de mim. O meu amor! O meu amor! Não sei como explicá-lo, mas é o meu amor.
Aprendi a dar valor do que é meu! Amor?????

Ele está dentro de mim!
Choro!

Quem inventou o romance e o amor, me explique por favor?

Mas não sou eu!
Não sou eu!

Não sou mais um fantasista!
Sou um realista!

Romance só existe em novelas e nos contos sonhadores!

Não sou mais o mesmo, eu!
Não sei quem sou!

Não sou eu!
Tá ok?

Quem sou eu?

Marcos Ster