Para Carlos Meinardi
Poema Inédito
Arte de Carlos Meinardi
Não sei onde no meu interior,
passeiam despercebidas palavras,
que não se encaixam com o meu exterior.
Eu, como centro dos dois mundos,
fico a nadar pedindo que não me deixem mudo.
Eu, como centro do branco e do preto,
peço que me deixem gritar "Que mundo!".
Eu, como centro da água e da terra,
tento molhar-me e sentir o chão.
Eu, como centro do lápis e do papel,
peço que me deixem riscar o céu.
Eu, como centro da criança e do adulto,
tento voltar ao passado destes mundos.
Eu, como centro do sexo e do amor,
peço que seja mais amor e sexo juntos.
Eu, como centro do ferro e do fogo,
peço que brilhem como estrelas,
e não como armas maléficas.
Eu, como sendo criatura humana
das mais profanas,tento viver
este mundo extrínseco, como se fosse o meu intrínseco,
fácil de sentir como o aroma na panela velha.
Eu, como sendo fruto do meu mundo mudo,
tento agora marcar-me para registrar
meu conflito com os dois mundos.
Marcos Seiter
5 comentários:
Acho que esse conflito "externo/inteiro" não é privilégio só teu em...
"Eu, como centro do lápis e do papel,
peço que me deixem riscar o céu."
Lindo poema, meu bem!!!!
Beijos
já me diziam que o homem é o produto de contradições...
"Eu, como centro do ferro e do fogo,
peço que brilhem como estrelas,
e não como armas maléficas."
E assim o mundo se faria bem melhor e mais lindo!
Beijos!
O centro equilibrado de dois mundos. O antes e o após da discrepante alma... flutua entre o desejo e o sentir.
Bela arte entre palavras.
Grande Abçs meu caro,
Novo Dogma:
tO be...
dogMas...
dos atos, fatos e mitos...
http://do-gmas.blogspot.com/
Adorei esse texto. Tem uma força incrível e se incide na questão de debate interior que nós humanos temos conosco.
Natural conflito.
Poema muito lindo.
:)
Grande abraço.
ps: tem festinha no blog. Passa lá pra comer bolinho. Conto com a sua presença.
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