sábado, 30 de abril de 2011
Quando eu me perco!
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Detonautas - Inferno são os outros
Uma das melhores músicas que já ouvi.
Vou revelar um segredo: faz quase um ano que não ouço as rádios que dizem "tocar" o roque.
Por que será?
terça-feira, 26 de abril de 2011
Quero-te
Quero-te sobre o colchão.
Quero-te sobre o meu peito.
Quero-te sobre o meu ombro.
Quero-te sobre as minhas conversas.
Quero-te sobre o meu corpo.
Quero-te nua sobre os meus olhos.
Quero-te sobre a minha respiração.
Quero-te cor do pecado.
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Últimas palavras
Não desmarquei a página que parasse a leitura.
Queria entender como o destino é louco. Como ele nos pega de surpresa. Arruma e complica nossos caminhos. Complica? Bem, como o destino é misterioso. Assim como o último parágrafo do livro que lhe emprestei, que vou relatar aqui.
Lá vai:
No jardim todas as sombras vão aos poucos desaparecendo, tombadas pelo sol que sobe.
E foi assim: o meu sol está sumindo do teu caminho. O nosso ambiente está ficando frio como a minha sombra.
domingo, 24 de abril de 2011
Dostoiévski e a Páscoa
Uma obra muito interessante. Duma escrita pesada, cheia de mistério.
Envolve a religião, as leis e todo aquele jogo de investigação de um crime cometido por um rapaz chamado Rodion Raskóllnikov.
Dostoiévski é lunático. E por ele ser assim, sua obra é maravilhosa.
sábado, 23 de abril de 2011
São Jorge - Arquivo blogs Abril
Hoje aqui, republico um poema que escrevi na época do blogs abril.
Viva o Santo Forte!
São Jorge é Santo Forte!
Aquele que com a espada
e o coração, destruiu o mal.
Então, desde lá seguimos
com a louvação para um Santo;
Santo Forte: São Jorge!
Seja São Jorge ou Ogum:
é o mesmo Santo Forte!
São Jorge: Santo Forte!
Ogum: Santo Forte!
São Jorge: uma Luz!
Ogum: uma luz!
São Jorge livrai-nos de todo mal,
que possamos com unhas e dentes,
Sempre ajudar o nosso mundo a ter mais luz.
Temos Fé (a força maior de qualquer humano).
São Jorge: Santo Forte!
Ogum: Santo Forte!
Amém!
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Todo homem é a própria caça
A garra me captura pelo antebraço e sou obrigado a interromper minha marcha vida afora. A fera tem unhas roxas e compridas, o rosto talhado em cobre duro, a voz mais bonita que a boca, os cabelos mais velhos que eu. Atrás de nós, o grande chafariz se desliga abruptamente — o que houve, quem o desligou? — e o mundo parece ficar mais silencioso; na verdade, não me lembro de silêncio mais vasto que aquele, tão devastador e, ao mesmo tempo, familiar. A cigana, imortal, se aproveita da mudez súbita das águas, fala baixo, só para mim:
— Uma mulher…
Não quero ouvir, deixo isso claro, tento libertar meu braço. Ela o aperta ainda mais, aquilo me irrita, me obriga a reagir, a me mover de modo agressivo.
— Uma mulher vai se atravessar no teu rumo.
Que novidade, respondo, e enfim, num arranco mais bruto do cotovelo, me livro de sua mão áspera, tchau, obrigado — vem cá, volta, menino! — e já retomo a direção da Avenida Luiz Xavier, rindo da ironia de ser amaldiçoado por uma cigana justamente ali, no bafo da Boca Maldita, e logo ao meio-dia, hora aberta e perigosa. Quer dizer, calculo que seja meio-dia e checo o antigo relógio da praça: nossa, os ponteiros enlouqueceram, correm no sentido anti-horário, o dos minutos na velocidade dos segundos, o das horas no pique dos minutos. Mas quem é que cuida desse relógio maluco?
Avanço, contrariando quaisquer vaticínios ou presságios, bons ou ruins. Não há retrocesso no tempo, não há remissão de erros, não há pecado nem redenção, não há ressurreição dos mortos. O que passou passou, ficou para trás, assim como a cigana rechaçada a se admirar no espelho d’água daquele chafariz silencioso — isso sim é o passado, uma miragem na superfície imóvel dos líquidos, sendo que até essa imobilidade é também uma imprecisão, uma mentira transparente, e tudo nela é um reflexo ficcional, uma cópia fluida e fugidia do que já foi, do que já fomos ou do que poderíamos ter sido. Por isso mesmo avanço, penso, por pura teimosia e fé, fé no poder das ficções e, se viro à esquerda na Ébano Pereira pela enésima vez na vida, é porque sou teimoso e tenho fé. Minha intenção é tomar um cafezinho, meu futuro é uma mesa circular de madeira escura, uma xícara fumegante diante de mim e, ao lado dela, um bom livro de Flannery O’Connor — outro espelho meu, vivo, de papel e de tinta.
Mas antes disso preciso enfrentar o meu destino. Está escrito: na porta do café, duas mulheres estarão discutindo, e será fácil notar que são prostitutas, ambas feias, doentes e minúsculas, e o sol forte zombará da debilidade de seus gritos, de sua ilusão de força, de sua violência de formigas solitárias. Não, não acompanho a lógica daquela briga, mal compreendo o que dizem as mulherzinhas, de que se acusam? Não sei, não peguei o começo do conflito, somente o seu final, e o epíteto que uma acaba por atirar à carantonha da outra:
— Sua puta! Puta aleijada!
A ofendida emudece por cinco segundos, como o chafariz da Praça Osório ao comando dos acasos, mas logo explode de novo, irrompe numa autodefesa absurda:
— E você, que é só puta? E você, que nem aleijada é?
Agora é o mundo que se cala e reequilibra frente ao abismo revelado por aquela acusação única, inédita. As duas se separam derrotadas, isso é evidente, e cada uma vai para um lado, a tal puta aleijada para o meu, no ombro descarnado uma bolsinha murcha, no olhar o lampejo de uma missão de vingança cumprida. De passagem por mim, que surpresa!, ela me interpela:
— Melhor ser puta e aleijada do que ser puta, puta e só puta.
Pode ser, não possuo condições técnicas para julgar aquilo, o horror de ser tripla e exclusivamente puta. Tampouco consigo detectar, naquela mulher que me atravessa o rumo, aleijão algum. Ela me parece tão perfeita ou insuficiente quanto eu.
Entro no café, me sento a uma mesa isolada, abro minha mochila e tiro, lá de dentro, o livro de Flannery O’Connor. Leio no índice a relação completa de seus contos, e o título de um deles me faz sorrir tristemente, nem sei por que motivo (se bem que a garçonete bonita já sabe, é claro que sabe, sabe que o meu sorriso, qualquer sorriso, aliás, só pode ser para ela). Leio:
— Os aleijados entrarão primeiro, página 554.
Entrarão, sem dúvida. Mas onde? E onde entraremos, todos nós, quando todas as possibilidades de futuro estiverem esgotadas? E isso lá é coisa que se pense enquanto o café nos desce goela abaixo?
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Escute o meu silêncio
É como se fosse numa batalha. E a real é uma batalha. Uma guerra interna. O nosso corpo demonstra tudo que sentimos. Nenhuma vírgula a menos ou a mais. É incrível como isso acontece. Em como o nosso corpo passa o que verdadeiramente estamos sentindo.
Nada engana o nosso corpo. Nada! Mesmo num silêncio ele fala. Humano demasiado humanos somos.
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Conto da Playboy
domingo, 17 de abril de 2011
Brigando
Poesia de Tico Sta Cruz
Mostre-me seus filhos, suas casas, seus móveis.
Abra a porta de seu casamento, de seus conflitos,
de seus temores, de seu coração.
Confie a mim suas dúvidas e fantasias.
Entregue aos meus olhos olhos seu corpo nu,
seus vícios, suas máscaras, seus dias de folga e de trabalho,
seus almoços e jantares caros.
Quero saber com quem trepas e com quem não.
Conte-me sobre suas viagens ao exterior,
sobre suas compras, suas roupas, seus vestidos, seu novo amor.
Ofereça-me seus amigos e suas festas badaladas.
Quero saber de suas bebedeiras e sobre suas ciladas.
Diga-me sobre seus sonhos e sobre seus pais.
Coloque algo sobre seus animais de estimação
ou mesmo sobre sua última aparição na televisão.
sexta-feira, 15 de abril de 2011
domingo, 10 de abril de 2011
No blog do David Coimbra
Refletindo
Tanta coisa nessa vida que queria corrigir e não poderei corrigir com o momento em que vivi. Tanta coisa nessa vida que queria novamente viver e não terei a chance para que isso aconteça. Tanta coisa nessa vida que vivi que devo olhar para a frente e seguir. Sem querer imaginar o futuro. Mas que com certeza o passado estará sempre presente em mim. Porque o fruto do passado eu sou. E do passado eu não me arrependo das coisas boas que fiz.
As coisas ruins eu esqueço porque não quero vivê-las. Mesmo sendo difícil. Mas devo esquecê-las. Assim como o dia que passou. Como farei isso? Vivendo o hoje. Vivendo sem querer imaginar, idealizar o que será do futuro. Viver a vida na loucura da alegria. Viver a vida como se aquele fosse o único momento. Apenas viver a vida. Apenas!